Quer cabisbaixo quer boquiaberto são adjetivos regulares que se flexionam nos dois géneros:
(1) Pedro permaneceu cabisbaixo. (concorda com o sujeito da frase)
(2) A criança permanecia cabisbaixa. (concorda com o sujeito da frase)
Apesar de cabisbaixo e boquiaberto serem interpretáveis como «de cabeça baixa» e «de boca aberta», respetivamente, a verdade é, como adjetivos, se comportam como baixo ou aberto, ou seja, é a terminação -o que varia em função das regras da concordância na frase, ou com um sujeito, como em (1) e 82), ou com um substantivo: «rapaz cabisbaixo/boquiaberto», «criança cabisbaixa/boquiaberta».
Sendo, diz-se e escreve-se corretamente «o rapaz ficou cabisbaixo/boquiaberto» e «os rapazes ficaram cabisbaixos/boquiabertos». São palavras em que se perdeu a noção da sua estrutura interna e, portanto, hoje usam-se como adjetivos biformes, com flexão em número e género.