DÚVIDAS

Complemento direto e preposição a
Faz-me confusão o facto de os portugueses não usarem sempre a preposição a antes dos complementos diretos de pessoa. Por exemplo: «Convidei o meu amigo para jantarmos juntos». «Defende o chefe da comissão». (defender ou louvar uma pessoa) «A empatia é fundamental para conhecermos o outro». «Leva as pessoas a fazerem parte disto». «Rui cumprimentou o Pedro». Há alguma regra? Em espanhol dizemos assim: «Invité a mi amigo para que cenemos juntos»; «Defiende al jefe de la comisión»; «La empatía es fundamental para conocer al otro»; «Lleva a las personas a formar parte de esto»; «Rui saludó a Pedro». Muito obrigada. Agradeço muito a vossa ajuda.
Ato ilocutório diretivo e intenção perlocutória
Deparei-me com o exercício de escolha múltipla abaixo que me parece algo ambíguo. Na minha opinião, a resposta certa é a A, mas depois de consultar vários colegas da área e alunos, obtive mais do que uma resposta (A e B). Será que este exercício carece de reformulação já que num exercício desta tipologia se pressupõe que apenas exista uma resposta correta. Leia a frase e selecione a mensagem de telemóvel correspondente. «A D. Teresa pede à Ana para lhe levar o livro.» A. Ana, preciso do livro hoje. Tem de o trazer esta tarde. Obrigada. B. Ana, não se preocupe. Não faz mal. Pode trazer o livro amanhã? C. Olá, Ana! Pode ficar com ele agora e na próxima semana dá-me o livro.
Redobro do clítico: «Levavam-me a mim e à minha irmã»
Uma aluna de PLE nível B1 escreveu a seguinte expressão num texto: «os meus pais levavam eu e a minha irmã». Corrigi a frase para: «os meus pais levavam-me a mim e à minha irmã». Ela compreendeu a alteração e a substituição do pronome de sujeito eu pelo pronome de complemento de complemento direto me, mas questionou-me sobre a necessidade de incluir a expressão «a mim», uma vez que lhe parece um uso redundante. A pergunta pareceu-me pertinente, mas expliquei-lhe que não podemos omitir «a mim», sob pena de a frase se tornar incorreta (*os meus pais levavam-me e à minha irmã). Gostaria de confirmar como se pode explicar o uso repetido dos pronomes numa expressão deste género. Trata-se de um verbo transitivo direto e indireto que exige neste caso o complemento direto (me) e o oblíquo («a mim»)? E há alguma forma mais simples de explicar isto a um aluno estrangeiro sem entrar em tecnicismos? Muito obrigada.
Aspeto iterativo e aspeto imperfetivo
Gostaria de esclarecer a seguinte dúvida: por que razão é classificada nas frases «Ando a ler O ano da morte de Ricardo Reis» (situação iterativa), «Os alunos, naquela tarde de chuva, contavam entusiasmados todo o dinheiro recolhido para a viagem de finalistas» (situação imperfetiva)? Como distinguir corretamente uma situação iterativa de uma situação imperfetiva? Obrigada pela atenção.
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