Se um homem e uma mulher tiveram três filhos, dos quais dois morreram, só lhes sobrando um vivo, este pode ser chamado de filho único desse homem e dessa mulher, ou filho único aplica-se apenas ao filho unigênito de um casal?
Se um casal tem uma filha, não tendo além dela nenhuma outra filha e também nenhum filho, devemos dizer que esta filha é filho único do casal ou que é filha única? A primeira hipótese fica um tanto estranha, mas desconfio que é a correta; já a segunda se me afigura como uma afirmação de que ela é a única filha do sexo feminino que o casal tem, nada afirmando quanto à existência ou não de filhos homens, mas dando a entender que pode existir pelo menos um deles.
Se uma filha é filho único e nascida em primeiro lugar, deve ser chamada de primogênito, ou primogênita de seus pais? Já se uma filha é o primeiro filho nascido de um casal, tendo depois nascido outras filhas e outros filhos, devemos dizer que esta filha nascida antes dos demais é a primogênita ou o primogênito de seus pais? Exemplificando: «Carla é o filho primogênito de Carlos e Mônica», ou «Carla é a filha primogênita de Carlos e Mônica»?
Ainda se um casal teve somente três filhas e nenhum filho, a primeira filha a nascer deve ser chamada de «filho primogênito», ou «filha primogênita» do casal?
Devemos chamar de "cassubos" ou "cachubos" o povo não-polaco que habita Gdansk e regiões próximas, na Polônia?
Baseado na vossa resposta, poderei saber se as regiões onde moram será "Cassúbia" ou "Cachúbia"?
Creio que talvez a etimologia do etnônimo deverá dizer-nos a forma correta dele e da região. Na Vicipaedia latina, se diz que é “Cassubia” o nome da região, dando assim de entender que este é o nome da região na época romana. Não sei se o Império Romano chegou até lá, mas, de qualquer maneira, os romanos atribuíam nomes latinos às regiões próximas ao Império, mas que a ele não pertenciam.
Os vossos confiabilíssimos esclarecimentos, por favor.
Obrigadíssimo.
Na Gramática Universal da Língua Portuguesa, de António Afonso Borregana, a palavra nem aparece no quadro dos advérbios de negação. Procurei informação em outras gramáticas e encontrei uma grande diversidade de informação. Pergunto:
1. Nem, além de conjunção, também pode ser advérbio de negação? Em que casos?
2. Apenas a palavra não é advérbio de negação, ou também nunca e jamais?
Em Celso Cunha e Lindley Cintra apenas figura não como advérbio de negação...
Obrigada.
Ficaria muito grato se tivesse a gentileza de me explicar o que significa a frase abaixo destacada. Será que o não de «Isso quando o padrasto, (que...), não revirava todo o barraco, procurando dinheiro»? Podemos tirar este não sem mudar o sentido da frase? Vou citar o texto na qual está a frase em questão. Meus antecipados agradecimentos.
«Duda saiu da padaria assobiando. Duda poderia assobiar com mais entusiasmo ainda, se, naquela manhã gelada de setembro, não estivesse descalço, se sua roupa não fosse tão fininha, se pelo menos pudesse pôr as mãos nos bolsos. Mas elas estavam ocupadas com uma garrafa e o pacote de pãezinhos. Eram seis — um para ele, outro para a mãe, outro para o padrasto, mais um para cada um dos seus famintos irmãozinhos.
Talvez por isso estivesse assobiando. Porque não era toda manhã que o mandavam buscar pão. O que a mãe ganhava fazendo faxina na vizinhança mal dava para o feijão e para o arroz. Isso quando o padrasto, que seria pedreiro se não vivesse bebendo, não revirava todo o barraco, procurando dinheiro.»
É ou não pleonástico dizer «Formatar o espaçamento entrelinhas»? Parece-me que sim (espaçamento/entrelinhas) se atender ao facto de entrelinha significar «o espaço entre duas linhas».
Minha pergunta já foi feita aqui uma vez antes por um outro consulente, mas permaneço em dúvida a respeito do assunto:
Afinal, quando alguém diz que tem cíumes de outra pessoa, pode ser tanto de um indivíduo cujo lugar você gostaria de tomar (ou seja, uma inveja) quanto um zelo exagerado por alguém que se gosta? Ou apenas um dos dois? Em inglês, se não estou enganado, usa-se a palavra jealous e é sempre referindo-se à pessoa que se inveja, nunca a pessoa que você tem medo de perder. Em português, no entanto, sinto uma tendência maior a se dizer que se tem ciúmes da pessoa pela qual se tem muito zelo (como a música de Roberto Carlos Ciúme de Você)
Afinal, qual seria o mais correto? Ou ambos são aceitáveis?
Eu tenho uma dúvida sobre o uso do verbo «acabar de» para localizar a ocorrência de factos no tempo. Na imprensa aparecem frases como:
a) «Gisele Bündchen acaba de chegar ao Brasil, para curtir o Carnaval.»
b) «PR acaba de chegar à ilha da Madeira.»
c) «Madonna acaba de chegar no Hotel Fasano, no Rio de Janeiro!»
Se se trocasse «acaba de» por «acabou de», as frases acima teriam o mesmo sentido quanto ao “tempo” de ocorrência dos factos. Qual é a diferença entre o uso do presente e pretérito nestes casos?
É de afirmar que existe pleonasmo na frase seguinte?
«Este mentalizou cuidadosamente a direção do corte a ser feito, pois dele procedia tudo o que viria depois.»
Obrigado.
A palavra sujeito é usada com dois significados contraditórios: por um lado, é usada como «senhor do seu destino, das suas próprias acções», «voluntarista»: por outro, como estando submetido a alguém ou à vontade de alguém. Parece ter ligação etimológica a jugo (canga) e a súbdito, nas monarquias (súbdito britânico), por oposição a cidadão, nas repúblicas (cidadão português)...
A palavra objecto tem, por um lado, o significado de «coisa ou pessoa sem vontade própria» («objecto sexual», «objecto de estudos» etc.) e, por outro, como em objectivo de: coisa ou ideia bem concreta e precisa. E com o seu oposto, subjectivo, passa-se um pouco a mesma coisa...
Eu só tenho o antigo 5.º ano do liceu (como se dizia), mas gosto muito da nossa língua e procuro usá-la com acuidade...
Antecipadamente grato.
Qual a origem dos verbos girar e virar? Latim, grego? Qual a diferença ou qual a definição de ambos, posso utilizá-los em qualquer situação que os requeira, substituindo um pelo outro, sem medo de alterar o sentido do enunciado?
Grato.
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