1. Pressuposição semântica1
Uma proposição P pressupõe semanticamente uma proposição Q se e somente se (i) em todas as situações em que P é verdadeira, Q é verdadeira; (ii) em todas as situações em que P é falsa, Q é verdadeira.
Por outras palavras: o conteúdo pressuposto mantém-se inalterado quando negado ou interrogado:
«No dia 13 de Maio o Zé não deixou de fumar.» Pressuposição: o Zé fumava antes de 13 de Maio.
«No dia 13 de Maio o Zé deixou de fumar?» Pressuposição: o Zé fumava antes de 13 de Maio.
A pressuposição não é considerada como uma relação semântica entre proposições, mas como uma relação pragmática entre enunciados. Aqui consideram-se duas orientações teóricas distintas (pelo menos):
b) Teoria que faz das pressuposições um conjunto de condições necessárias à coesão do discurso (ver Ducrot, 1972).
1 Muitas análises de ordem pragmática activam apenas com a noção de pressuposição semântica.
Referências:
Auwera, J. van der (1979) – «Pragmatic presupposition: shared beliefs in a theory of irrefutable meaning». In Oh, C. K.; Dinneen, D. A. (eds.) – Syntax and Semantics 11: Presupposition, New York, Academic Press: 249-264.
Ducrot, O. (1972) – Dire et ne pas dire. Principes de sémantique linguistiqe, Paris, Hermann.
Stalnaker, R. (1977) – «Pragmatic presuppositions». In Rogers, A.; Wall, B.; Murphy, J. P. (eds.), Proceedings of the Texas Conference on Performatives, Presuppositions and Implicatures, Arlington, Center for Applied Linguistics: 135-147.