Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório
Joana Cunha Médica Veterinária Maia, Portugal 2K

Tenho visto, mesmo em muito jornais portugueses de referência, a expressão «pegar fogo» em vez de incendiar.

Sei que é uma expressão muito utilizada no português do Brasil, mas é correta?

Deixo o exemplo do título de uma notícia do Jornal Expresso «Três mulheres lésbicas morrem queimadas após homem pegar fogo a quarto onde viviam». Não seria após homem incendiar quarto onde viviam?

Agradeço desde já a disponibilidade

Cristina Aparecida Duarte Tradutora São Paulo, Brasil 1K

Ao ler um artigo de opinião num jornal português, a expressão «no imediato» deixou-me com uma dúvida.

No Brasil, é muito mais comum o uso de imediatamente, mas não sei se o significado é o mesmo no contexto de uso.

A oração era esta: «Devido à dimensão dos recursos, no imediato esses serviços são disponibilizados pelo oligopólio das grandes empresas tecnológicas.»

Talvez a interpretação seja a de que os serviços são «imediatamente disponibilizados» pelo oligopólio citado ou «estão imediatamente disponíveis» no oligopólio mencionado.

Agradeço-lhes muito pela ajuda para saber se a interpretação de «no imediato» é correta no contexto enviado.

Agatha Alves Estudante Mogi Das Cruzes, Brasil 9K

Na frase «o repertório vem depois da escolha do argumento e deve estar relacionado a ele», por que «a ele» está correto, se aprendemos que o pronome de caso reto só é usado na posição de sujeito?

Manuela Araújo Guimarães, Portugal 1K

No poema "Seus Olhos", de Almeida Garrett, nos versos 4 e 5, «Não tinham luz de brilhar,/ Era chama de queimar», podemos aceitar a presença de três recursos expressivos, a metáfora, a hipérbole e a antítese?

Passo a explicar o meu ponto de vista.

– Metáfora e hipérbole (o poeta pretende realçar o poder que os olhos da mulher têm sobre ele e os sentimentos intensos que ela provoca, ao ponto de o fazer sofrer).

– Antítese (mostra que o amor que o sujeito poético sente é paradoxal, isto é, intenso, mas, ao mesmo tempo, destruidor).

Agradeço, desde já, a atenção e um possível esclarecimento.

Ana Gomes Tecnica de comunicação São João do Estoril, Portugal 591

Recentemente tive esta dúvida ao rever um texto.

Deve haver vírgula na frase «Voluntários procuram-se!»?

Comecei por (instintivamente) achar que sim, mas depois achei que estava a olhar para os voluntários como um vocativo, que não são.

Muito obrigada.

Grace Montenegro Enfermeira Porto, Portugal 757

Gostaria de saber se a palavra infodemia existe no plural, ou se já supõe um coletivo.

Obrigada!

José Saraiva Leão Estudante Foz do Iguaçu, Paraguai 2K

Em frases do tipo «ao que lhe responderam», «ao que lhe disseram», por exemplo, em «perguntei-lhes tal coisa, ao que me responderam...», qual a função do «o que» se liga à preposição a e qual a função do que que antecede «responderam», «disseram»?

Muito obrigado!

Geobson Freitas Silveira Funcionário público Bela Cruz, Brasil 766

É possível relacionar a conjunção adversativa mas com ideias de condição?

Por exemplo, na frase abaixo, pelo menos a meu ver, o sentido expresso pelo referido vocábulo se aproxima muito do mesmo valor da conjunção se ou da locução «desde que».

«Você até pode sair hoje à noite, mas não vá a nenhuma boate, nem consuma bebida alcoólica.»

Obrigado.

Geobson Freitas Silveira Empregado público Bela Cruz, Brasil 634

Outro dia, lendo o livro Sintaxe Clássica Portuguesa de Cláudio Brandão de Sousa, eis que me deparo com a seguinte construção: «[...] a preposição de serve de exprimir [...].»

O questionamento me surgiu devido ao uso do infinitivo após a preposição de, porque, pelo menos para mim não é comum, foi a primeira vez que vi. Daí procurei em alguns dicionários se havia abonações de exemplos semelhantes, mas só encontrei com substantivos, como por exemplo: «o cabo da vassoura serviu-me de cajado».

Assim, se possível for, por gentileza, gostaria de saber sintaticamente qual seria a função do verbo servir no contexto mencionado. Seria complemento verbal? Oração adverbial?

Obrigado.

José Garcia Formador Câmara de Lobos, Portugal 738

Voltando novamente ao uso do infinitivo pessoal/impessoal (flexionado ou não), queria esclarecer se, de facto, há situações que exigem um ou outro. Ou seja, estamos a falar de questões meramente estilísticas, sem que o seu uso indiferenciado implique agramaticalidade frásica?

Muito obrigado pelo contributo.