Eis o brilhante trecho final do não menos brilhante conto Marcha Fúnebre, de Machado de Assis:
«Quando veio a falecer, muitos anos depois, pediu e teve a morte, não súbita, mas vagarosa, a morte de um vinho filtrado, que sai impuro de uma garrafa para entrar purificado em outra; a borra iria para o cemitério. Agora é que lhe via a filosofia; em ambas as garrafas era sempre o vinho que ia ficando, até passar inteiro e pingado para a segunda. Morte súbita não acabava de entender o que era.»
Gostaria de saber o significado preciso da última frase («Morte súbita não acabava de entender o que era»). Seria a afirmação da real inexistência de uma morte súbita?
Agradeço desde já o esclarecimento.
Qual a origem da expressão «homem de mão»?
Gostaria que me ajudassem a desfazer uma dúvida de há muito tempo: em bom português (de Portugal!), o substantivo mais correto para nomear “aquele que mantém” deverá ser mantedor, ou mantenedor? Os dicionários que consultei acabaram por adensar ainda mais a minha incerteza com cansativa guerra de palcos entre o PT e o BR.
Grato pela ajuda.
Qual o significado da palavra morato?
Para além da origem do latim moratus, há indicadores de o termo como adjectivo significar «bem organizado». Tem aceitabilidade?
Trata-se não de uma pergunta, mas de um comentário relativo à resposta n.º 16831.
Independentemente de como se escreve em português, harpia NÃO pode ter a sílaba tônica no i (“harpía”), porque vem do grego ἅρπυιαι, que transliterado é Hárpuia, Ou seja, com a tônica na primeira silaba. Essa coisa de chamarem o bicho de “harpía” (e não “hárpia”, como é o correto) vem da subserviência aos documentários de língua inglesa, onde, efetivamente, se deforma a palavra, retirando da primeira sílaba o elemento tônico e transferindo para a segunda, produzindo essa deformidade que é “harpía”(!). Tanto é assim, que, antes desses documentários mal traduzidos, ninguém chamava de “harpía” o nosso gavião de penacho.
Para se conhecer realmente a palavra, o fundamental é ir à raiz da mesma. No caso, o grego.
Então, amigos, não é “harpía”, é hárpia.
Na Idade Média, filhar significava roubar, tirar qualquer coisa a alguém. Em relação a uma tradução que estou a fazer de um livro de história de dinamarquês para português, e dado o contexto, "apetece-me" usar o termo filhar, uma vez que o enredo decorre na Idade Média. Será que me posso permitir o uso de filhar, mesmo que hoje em dia não conste dos dicionários?
Melhores cumprimentos.
Tenho dúvidas:
1) no contexto das habilidades manuais, qual seria a grafia correta: "dichavar"/"dechavar"/"dixavar"/"dexavar"?
2) dada a polissemia do verbo, será que tem jeito certo de escrever?
Os dicionários esqueceram essa palavra. Somente o ligeiro dicionarioinformal.com.br discorre sobre ela.
Aliás:
3) Será uma só, ou são várias palavras?
Muito grato.
Qual a forma correta de escrever a seguinte expressão?
«Bem haja a todos», ou «Bem hajam a todos»?
Gostaria de saber a origem da palavra maritimidade e o seu significado.
Muito obrigado e continuação do bom trabalho!
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