DÚVIDAS

O "mas" no princípio de frases
Regresso ao tema do "mas" (conjunção adversativa e não advérbio, como lhe chamei...), para citar um ou dois exemplos ao acaso, colhidos em escritores portugueses que usam aquela conjunção no início de frases: Vergílio Ferreira, Conta-corrente 5, págs.253 e 255: "Mas mesmo obras de cultura geral, de ideias a aprofundar, a complicar." (pág. 253) ou (pág. 255)"Mas já não sei quem do júri declarou que não queria...etc.". Este volume está cheio de exemplos - praticamente em todas as páginas - do uso de "mas" no início de uma frase, a seguir a um ponto final. Em lugar de "mas" poderia usar-se "Porém", "Todavia", "Contudo", mas o certo é que não entendo por que razão há quem diga que não fica "bonito" usar o "mas"... Outro exemplo: José Saramago "Levantado do chão", pág. 11: "E também vermelho, em lugares, que é cor de barro ou sangue sangrado. Mas isso depende do que no chão se plantou e cultiva, etc." Obrigado desde já pelos vossos comentários.
«Sustainable development»
Os temas "environment and sustainable development" assumiram uma importância acrescida desde a Cimeira do Rio. A tradução para português de "sustainable development" não é pacífica. De facto, tenho visto indistintamente referências a "desenvolvimento sustentado" e a "desenvolvimento sustentável". Na próxima quarta-feira vai ser assinada uma declaração sobre a gestão "sustentada" (ou "sustentável"?) das florestas da Península Ibérica. Trata-se de um importante documento bilingue, a subscrever por todos os representantes da fileira florestal dos dois países, onde o termo em causa é mencionado várias vezes. Na qualidade de membro da comissão de redacção deste documento, gostaria de contribuir para que a versão portuguesa estivesse correctamente redigida. Daí colocar esta "ciberdúvida", na esperança que possa ter uma resposta na terça-feira. Agradecimentos antecipados.
Doutor, dr. e licenciado
Encontro-me nos Estados Unidos a fazer um doutoramento (em Inglês Ph.D, correspondente a Philosophy Doctor) e sou licenciado pela Universidade Técnica de Lisboa. Não devo portanto ser chamado de Doutor Fulano nem invocado por escrito como Dr. Sicrano. Certo? Será então possível dizer "o licenciado Tal" ou escrever "Lic. Qual"? Uma vez que é tão comum chamar doutor a um licenciado, nos meios académicos o "grau" de professor (que é afinal uma posição) tornou-se sinónimo para doutor já que estes dois graus usualmente coincidem. Terá esta forma vingado definitivamente?
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa