Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 4K

Gostaria, com a devida licença, de discordar de parte da resposta dada a José de Vasconcelos Saraiva, em 24/1/2020, a qual me causou grande estranheza.

Lá se diz:

«No entanto, e apesar da explicação acima dada, é importante citar a Gramática de Português da Fundação Calouste Gulbenkian (2013, p. 2102): «Quando o verbo da oração relativa é ir, embora o valor locativo seja direcional, pode também usar-se o pronome relativo não preposicionado: cf. a cidade onde eles foram é muito longe da minha.»

E se diz mais:

«Ora, esta passagem confirma que, com o verbo ir da oração relativa, podemos optar pelo advérbio aonde ou pelo advérbio onde com um valor locativo dinâmico sem que se incorra em erro.»

Digo eu: se «ir onde» é possível, então tudo é permitido... A entender-se como correta tal construção, é-se autorizado a dizer: "o lugar o qual (em vez de 'ao qual') ele foi é perigoso"; "o lugar que (em vez de 'a que') ele foi é perigoso"

A bem da verdade, não consigo entender por que uma passagem da referida gramática (sem citação da fonte, aliás) pode dar a "confirmação" para se fazer tal uso do advérbio "aonde", contrariando frontalmente a norma e o bom uso de centenas de bons escritores. Aonde se quer chegar com isso?

A propósito, quanto à frase de Camilo («Sabes onde vai bater o meu dinheiro»), na minha opinião, ele usou onde, porque é justamente o advérbio que deveria usar, remetendo a bater (com o sentido de «chegar», mas regendo a preposição em), e não ao verbo auxiliar (ir). Ele, como bom ser humano, poderia ter errado, e não deixaria de ser o consagrado escritor que é, mas não foi dessa vez.

Adolfo Marques Funcionário público Lisboa, Portugal 6K

Nunca soube muito bem o significado de relativo relativizar. Exemplos: «Aquilo é relativo. Tens de relativizar as coisas!» Julgo que neste contexto a palavra relativizar significa desvalorizar. Estou certo? Agradecia que me ajudassem a ficar mais seguro deste termo que se usa muito no dia a dia.

Jorge Santos Lisboa, Portugal 10K

"Trans-histórico", ou "transistórico"?

Djavan Vieira do Nascimento Estudante Recife, Brasil 2K

Uma questão de importância; corrija-me se estiver errado.

«As obras e seu respectivo valor haviam de ser avaliados» (avaliadas as obras, como também o valor; não havendo ambiguidade na sentença)

ou

«As obras e seu respectivo valor haviam de ser avaliadas» (avaliadas só as obras)?

Nesse caso, havendo a possibilidade de se subentender que seriam avaliadas as obras e o valor, haveria então ambiguidade, cabendo ao leitor interpretar o contexto? ) [creio que nessa sentença o termo «avaliadas» só pode se referir a «obras»].

Uma questão de importância do termo a concordar, ou uma restritiva de concordância?

Agradeço logo pela resposta. E parabenizo mais uma vez esse belíssimo trabalho do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa.

Jan Duran Professor Barcelona, Espanha 45K

«A próclise é de rigor quando o verbo vem antecedido de certos advérbios (ainda, , sempre, , talvez, etc), ou expressões adverbiais, e não há pausa que os separe.»

A minha dúvida é esse etc. Quais são os advérbios que atraem os pronomes?

Felicidades pelo vosso trabalho!

Obrigado!

Douglas Cameschi Advogado Campo Grande, Brasil 23K

O aumentativo de ladrão, ladravaz, faz referência à forma corpórea do ladrão, ou seja, seria um ladrão grande fisicamente falando; ou faz referência a conduta criminosa, ou seja, um ladrão que pratica, de modo perito, muitos roubos? Ou ambas definições estão corretas?

Desde já, cordialmente agradeço.

Maria H. Sousa Formadora Ponta Delgada, Portugal 5K

«Fazes mal em provocar-me.»

Gostaria de saber, na frase acima:

1. como se classifica sintaticamente o constituinte «mal» e a oração «em provocar-me»;

2. a que subclasse pertence o verbo fazer.

Parabéns pelo vosso trabalho.

Obrigada.

Raúl dos Santos Vilela Contabilista certificado Portalegre, Portugal 2K

Embora a palalavra "concertionista" não exista no vocabulário português, na minha muito modesta opinião, penso que a mesma deve ser usada quando se referir a um tocador de concertina.

Ao logo do tempo têm sido introduzidas outras palavras que não existiam mas que correspondem a uma designação correta. Ora, se um tocador de acordeão é designado acordeonista, um tocar de concertina também deve ser um "concertionista" ou "concertinista".

Obrigado.

António Mateus Jornalista Lisboa, Portugal 14K

Li o comentário sobre a forma como deve ser pronunciado o apelido Félix, onde se refere ser mais correcto ¹ pronunciar-se ''Félicse", e não Félixe", como é prática do próprio.

É "errado" dizer-se da forma como ele (o futebolista João Félix – e respectiva família) o faz, é mais correcto pronunciar como "Félixe", ou são ambas aceites devendo, como tal, escolher-se na pronúncia por jornalista a praticada pelo próprio?

¹ Não uso o Acordo Ortográfico  em escrita pessoal. Apenas quando sou obrigado a isso.

Obrigado.

Djavan Vieira do Nascimnto Estudante Recife, Brasil 3K

O professor Pasquale Cipro Neto aponta duas possibilidades de concordância com o verbo na segunda pessoa do plural: «Quais de vós podem» e «Quais de vós podeis».

Não acredito na primeira possibilidade; o verbo não ficará, de regra, na segunda pessoa do plural (podeis)?