Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Iolanda Batista Professora Lisboa, Portugal 6K

Na frase «o narrador encena aqueles modos de uma escrita como antídoto» retirado do artigo de Diogo Vaz Pinto disponível em a modalidade que ali se encontra presente é epistémica com valor de certeza ou apreciativa?

Grata pela atenção.

José Soares da Silva Aposentado Amoreira, Óbidos, Portugal 7K

A expressão «ruço de mau pelo» tem qualquer coisa a ver com o romance Rosso Malpelo de 1878 do escritor italiano Giovanni Verga?

O romance conta a história de Rosso Malpelo, um garoto ruivo que trabalha numa pedreira de areia vermelha na Sicília. Pressionado pelos preconceitos da mentalidade popular acerca das pessoas com cabelos ruivos, Roso Malpelo não encontra afeto nem mesmo junto da própria mãe.

Diogo Maria Pessoa Jorge Morais Barbosa Revisor Lisboa, Portugal 2K

Devemos escrever «Isto é coetâneo com o intuito de fazer alguma coisa de belo» (p.ex.) ou «Isto é coetâneo do intuito de fazer alguma coisa de belo»? No fundo, a minha dúvida prende-se com a questão de saber se (e porquê) devemos escrever «coetâneo com» ou «coetâneo de».

Obrigado.

Ana Oliveira Psicóloga educacional Lisboa, Portugal 2K

O adjetivo quieto pode ser usado com o verbo ser? Por exemplo, a frase «o Manuel é um menino quieto» está correta?

Obrigada.

Eugenio Santos Estudante Aveiro, Portugal 4K

Se o adjetivo referente ao género denominado ensaio é ensaístico, qual seria o adjetivo mais adequado para referir-me ao género jornalístico chamado perfil? Ocorreu-me a palavra "perfilístico"; porém, só encontrei esse termo num único trabalho académico na Internet, o que me fez levantar dúvidas quanto à sua suposta existência em língua portuguesa.

Desde já, agradeço-lhes a atenção.

Bruno Micael Fernandes Estudante Barcelos, Portugal 5K

Antes de mais, parabéns pelo excelente trabalho realizado neste portal.

A minha questão é sobre a utilização da vírgula numa situação em específico.

Em diversos textos jornalísticos, tenho visto que a vírgula é colocada entre a função de determinada personalidade e o seu nome (exemplo: «Em comunicado, o diretor da Casa-Memória de Camões, António Coelho, refere que...»).

No entanto, já tive professores que me indicaram que a vírgula não deveria ser colocada nestes casos, até porque tinha um valor de restrição (ficando «... o diretor da Casa-Memória de Camões António Coelho refere que...») . Os mesmos professores indicaram, no entanto, que a vírgula deveria ser colocada quando as posições se invertem, isto é, quando surge em primeiro lugar o nome da personalidade e depois a função. Desta forma, a função ganha valor de explicação (exemplo: «Em comunicado, António Coelho, diretor da Casa-Memória de Camões»).

Solicitava uma clarificação sobre este assunto e qual a forma correta de utilização da vírgula.

Obrigado.

Rui Verdasca Estudante Leiria, Portugal 2K

No décimo sétimo capítulo de A Queda de um Anjo, de Camilo Castelo Branco, consta a seguinte epígrafe: «In Liborium». Após alguma pesquisa, não consegui destrinçar o significado do vocábulo latino «Liborium», pelo que vos peço esclarecimento e uma tradução, se possível. Muito obrigado!

Victor Garcia Estudante Brasil 3K

No Brasil, existe uma paroxítona muito usada, referente a uma tribo indígena: ianomâmi.

Entretanto, parece-me uma palavra estranha, já que o mais natural, a meu ver, seria escrevê-la com a letra é no final e sem o acento circunflexo: “ianomame”.

A pronúncia permaneceria a mesma, e a palavra estaria adequada à forma da maioria dos vocábulos da língua.

João Nogueira da Costa Professor Almada, Portugal 12K

Na conhecida oração ave-maria, uma saudação à Virgem Maria, não deveria o vocativo Maria estar separado por vírgula («Ave, Maria, cheia de graça! O Senhor é convosco…», em vez de «Ave Maria, cheia de graça…», como aparece em todos os textos?

O mesmo se poderia perguntar em relação àquela outra oração católica salve-rainha: «Salve, Rainha, Mãe de misericórdia…», e não, como vemos sempre, «Salve Rainha, Mãe de misericórdia…».

Sabendo nós que os imperativos latinos ave e salve se tornaram interjeições de saudação em português («Viva, Maria!», «Olá, Maria!»), poderemos considerar que a falta de vírgula nos textos das orações ave-maria e salve-rainha se enquadra no chamado «consagrado pelo uso»?

Como neste interessante artigo [de Gonçalo Neves], do Ciberdúvidas se refere, «é frequentemente citada (e até se encontra numa aventura de Astérix...) a frase com que os gladiadores, já na arena, saudavam o imperador antes de entrarem em combate: "Ave, Cæsar, morituri te salutant." É curioso notar que o tradutor Paulo Rónai se serviu de salve para traduzir este ave: "Salve, imperador, os que vão morrer saúdam-te..."»

É interessante notar que o dicionário em linha Infopédia regista o seguinte, devidamente virgulado: «do latim eclesiástico Ave, Maria, «ave, Maria!»”

Muito obrigado.

Arthur Santos Estudante São Paulo, Brasil 8K

Carlos Nougué em sua Suma Gramatical da Língua Portuguesa escreve: “

«"Não trabalhava faz dois anos" nem remotamente nos soa correta. E, no entanto, tão incorreta como "Não trabalhava faz dois anos" é "Não trabalhava há dois anos". Pois bem, use-se o verbo fazer ou o verbo haver, não se infrinja nunca o devido paralelismo ou correspondência verbal, e escreva-se corretamente: "Não trabalha há/faz dois anos" ou "Não trabalhava havia/fazia dois anos".»

Apesar de clara, a explicação não contém tantos exemplos. Fiquei, portanto, com certas dúvidas.

Estariam corretas construções como estas – «Aquelas ideias já foram esquecidas há tempos» e «Estive nos Estados Unidos há dois anos»–, porquanto Nougué prefere, por exemplo, «Decorreram dois anos que se casaram» a «Há/Faz dois anos que se casaram», considerando esta última como figura anômala?

Obrigado.