Bom dia! A minha dúvida prende-se com a utilização e interpretação, por exemplo, numa mesma encomenda, da palavra calças e par de calças. Como interpretar a expressão "par de calças" num contexto em que a pessoa, por exemplo, se refere a "calças" para indicar o modelo, mas ao efetuar a encomenda refere que pretende comprar "três pares de calças"? Devemos sempre assumir que neste tipo de situações (por exemplo, par de óculos) "um par" é apenas uma unidade, e por isso sinónimo de "calças", ou a interpretação matemática de "par" também pode ser aplicada corretamente (nesse caso, um "par de calças" poderá significar duas calças)? Quando num mesmo contexto se usa a mesma terminologia, a questão será fácil de interpretar mas, e quando no mesmo contexto surgem as duas terminologias?
Obrigada!
As palavras porta-chaves, porta-aviões e porta-bagagens pertencem à família de palavras de porta?
Mais do que uma vez, tem aparecido o termo "esculateira" para designar uma cafeteira de café usada em tempos mais idos. Sempre presumi que se tratasse de uma corruptela do termo "chocolateira". Em pesquisas procurei perceber se este termo estava referenciado como tal ou apenas o que apareceria numa pesquisa pela Internet.
Em português de Portugal nada é referido, mas está disponível alguma informação oriunda do Brasil onde o termo é mesmo usado na sua forma corrompida: esculateira.
Trata-se efetivamente de uma corruptela de chocolateira? Há algumas referências linguísticas, históricas, etnográficas ou outras, relativamente a este termo?
Na frase «Quem tem dificuldades deve procurar apoio» , qual é a função sintática do pronome quem na primeira oração? Deve-se considerar um sujeito simples ou um sujeito nulo indeterminado?
Muito obrigada.
Tenho uma pergunta a respeito do "uso duplo" da partícula se com diferentes funções (primeiro, acredito, como índice de indeterminação do sujeito (ou seria pronome apassivador?) e, em seguida, como parte integrante do verbo (?)). Qual é a forma correta da seguinte frase:
1. Deve-se se conformar às leis vigentes.
ou
2. Deve-se conformar-se às leis vigentes.
ou, ainda,
3. Deve-se conformar às leis vigentes. [A opção 3 parece alterar o sentido original da frase].
Conformar-se, aqui, é empregado no sentido de «adequar sua própria conduta a algo».
Muitíssimo obrigada!
Quando estão em causa pessoas singulares, deve dizer-se que são «alvo» ou que são «objecto» de alguma coisa?
[N.E. – Manteve-se a forma objecto, anterior à grafia correto, prevista pela norma ortográfica atualmente em vigor.]
«Enquanto o coronavírus avança, a xenofobia alastra-se pelo mundo» titulava o jornal Público uma notícia sobre a desinformação que se espalhou rapidamente na Internet e nas redes sociais por causa desta patalogia. Dúvida minha: não devia ser escrito «...a xenofobia alastra pelo mundo»?
Muito obrigado.
Na frase «o André encontrou um baú e lá dentro tinha um mapa», pergunto-vos se a frase é aceitável ou se teria sido aconselhável o uso do verbo haver.
Obrigado.
Parece-me que a grafia da palavra em epígrafe, desde há muitos anos, nunca foi consensual:
– o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa de 1940 regista assimptota (sem acento agudo);
– o de 1945, da mesma forma;
– o [Vocabulário Ortográfico Atualizado da Língua Portuguesa] de 2012 regista assintota (também sem acento agudo).
– O Grande Dicionário da Língua Portuguesa, coordenado por José Pedro Machado, regista assíntota.
– O dicionário da Porto Editora, de 2010, acordizado, regista assímptota (AO)/assimptota (AO) e assíntota (dAO)/assintota (dAO).
– Também, o dicionário da Texto Editora (1995), já acordista, regista assíntota.
– O Vocabulário da Língua Portuguesa (Porto Editora 2010), acordizado, regista assimptota (sem acento agudo).
Nas referências bibliográficas, fico-me por um etc.
Assim, a minha dúvida é: como deverei escrever a palavra em causa, antes e depois do Acordo 1990?
Justifico a dualidade pelo facto de não aceitar o AO90, mas tenho] netas, às quais presto auxílio, que estão, curricularmente vinculadas ao actual Acordo Ortográfico (assímptota/assíntota/assintota é vocábulo muito usado em Matemática, no estudo de funções e seus gráficos.)
De qualquer modo, tenho dificuldade (dificuldade de constrangimento) em pronunciar como palavra grave; soa-me ridículo!
Agradecendo a Vossa sempre douta e gentil resposta, apresento melhores cumprimentos.
A atribuição [da] designação «loja do cidadão» parece coerente e em uso desde que tal instalação passou a ser disponibilizada.
Contudo, pretendeu-se "reescrever a história" em Leiria, e algum intelecto, talvez instalado num corpo feminino, o que não sei, ou, talvez um pretenso arauto das novas ideologias de género, entendeu que passe a ser «loja de cidadão», substituindo a partícula do por de. Pensei tratar-se de um engano na identificação na entrada, mas concluí que em todos os locais assim se afixa. Aparenta-se estar perante a idiossincrasia de um indivíduo ou grupo que livremente dispõe de nós (quase) todos para se impor. Em todo o caso, o que gostarei de saber é mesmo se a língua portuguesa sai ou não vilipendiada e como se deve escrever e designar a referida loja.
Agradeço.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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