DÚVIDAS

«Em termos»
Há algumas expressões que, de tanto serem utilizadas, se tornam "muletas" constantemente brandidas e de utilidade mais que duvidosa. É o caso da expressão "em termos". Originalmente, parece-me ter servido como auxiliar de inventariação de características específicas, e provavelmente originária da expressão inglesa "in terms of...". Hoje em dia, a sua banalização quase me provoca acessos de náusea, culminando com a fantástica expressão "em termos de tudo", que me parece a derradeira celebração do vácuo linguístico. Gostaria de saber a vossa opinião sobre esta matéria. Obrigado.
Siglas e acrónimos, mais uma vez
Tenho uma dúvida sobre a língua portuguesa.  No caso de criação de um nome próprio as regras de acentuação estariam incluídas? E no caso de criar um nome unindo várias palavras? Existe uma regra para tal fato de criação? Venho percebendo como fato de nome de várias empresas.  Suponha:  carro + arte = "cararte"  Como seria tratada esta palavra que supondo se tornou um nome? Devem ser aplicadas as regras ortográficas?  Outra mais duvidosa para mim:  ilha + coqueiro + serpente = "icoqueser"  Como seria tratada esta palavra supondo que se tornou um nome? Devem ser aplicadas as regras ortográficas?  Mas além da pergunta uma outra dúvida, a sílaba "ser" do nome formado "icoqueser" deveria ser pronunciado com som de "z" ou "s" , teria uma regra para se basear de acordo com a palavra de origem.  Caso tenha alguma experiência em tais fatos de criação eu estaria grato em receber alguma orientação.
Juventude em Galego
F. V. Peixoto da Fonseca (pergunta de "Juventude em várias línguas") di que em galego "juventude" é "xuventú"... não é assim, senão que é "xuventude" (galego normativo e recolhecida por todos, "xuventú" seria um castelanismo, o x sería uma consoante palatal xorda, o -en- estaría um pouco nasalizado, e não havería "e" mudo, ao final). Os días son "Luns, Martes, Mércores (não mercoles), Xoves, Venres (não Vernes), Sábado e Domingo" Dispensen os erros que tenha no meu Português. Vou falar en galego. Nalgunhas respostas dise que o Galego é un dialecto do Portugués, mais non é así. É unha evolución do Galego-Portugués, o mesmo que o Portugués, o Galego é outra lingua intimisimamente relacionada coa vosa. Sen dúbida, é mesmo sistema. Pero afirmacións como que é unha variante do Portugués, ou que "O galego é uma espécie de dialecto do português" non son correctas en absoluto. Cómpre renovar a bibliografía. «Língua, hoje, propriamente falando, há só uma, o português. Esperamos que o galego, de dialecto que é actualmente, seja promovido a língua literária, aproximando-se do português, e acabando por se confundir com ele.» (Estudos Galego-Portugueses, p. 87, Lisboa, 1979)": O Galego xa era lingua literaria. Xa no 79 tinhamos cotas altísimas de literatura xeradas a raíz do "Rexurdimento". O de dialecto... no 79, catro anos despois da morte de Franco, que na súa dictadura xerou un sistema de terror e unha marxinalización incrible do galego (se falabas públicamente en galego podías ser asasinado misteriosamente). O Galego xa foi prohibido e perseguido no s. XV polos Reis Católicos. Os séculos escuros, que é como o chamamos. Non se podía publicar nada na nosa lingua. Logo coa ilustración, comezou toda a labor unificadora das variedades rexionais, gramáticas, dicionarios... todo ía moi ben... pero coa chegada de Paquinho Franco... de todas formas, o Galego sempre foi a lingua mais falada con moitísima diferencia na Galiza. Hoxe é a lingua prioritaria para sobre o 60-70% da población, na grandísima maioría bilingüe. No 79 dicir que era un dialecto... realmente era unha idea un pouco franquista (ignorar toda a normalización soterrada hata a época)... pero citar agora iso, non ten senso ningún.
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa