DÚVIDAS

O emprego de pronomes nas orações subordinadas finais
Aproveitando a oportunidade que o site Ciberdúvidas oferece, apresento-lhes a minha dúvida relacionada com o emprego de pronomes (directos ou indirectos) nas orações subordinadas finais por eu não ter encontrado exemplos literários para encontrar uma possível solução. Segundo a gramática de Cunha e Cintra, como regra geral da colocação dos pronomes átonos, no apartado para orações com um só verbo estabelece-se como lícita a próclise ou a ênclise dos pronomes que acompanham infinitivos soltos («Canta-me cantigas para me embalar»; «Para não fitá-lo, deixei cair os olhos»; «Para assustá-lo, os soldados atiravam a esmo»). Apesar de que a possibilidade existe, tem-me sido impossível encontrar casos semelhantes aos dois últimos exemplos. Mas nas três orações dadas, os infinitivos embalar, fitar e assustar estão subordinados a outros (cantar, deixar cair e atirar respectivamente) através da preposição para. O que é que se entende então por oração com um só verbo e oração com infinitivo solto? Refere-se ao facto de a oração subordinada começar o período oracional, ou seria também lícita uma outra ordem sintáctica («Os soldados atiravam a esmo para assustá-lo»), mantendo assim a ênclise no infinitivo? Grato pela atenção.
Ainda espaciotemporal
Qual é a forma correcta: “espaciotemporal”, ou “espácio-temporal”? Na vossa resposta, com data de 09/06/1998, a uma pergunta semelhante, é afirmado que a forma correcta é “espaciotemporal”. O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa regista precisamente essa forma; de igual modo o faz a última versão do Dicionário de Língua Portuguesa da Porto Editora. No entanto, o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa, regista a forma “espácio-temporal”, e o dicionário da Priberam, também. Numa outra resposta, com data de 29/04/1998, sobre o uso do hífen em palavras com o antepositivo sócio-, é dito o seguinte: b) O Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa, de Rebelo Gonçalves, na página 216, menciona um dos casos em que se deve usar o hífen: «Nos compostos em que entram, morfologicamente individualizados e formando uma aderência de sentidos, um ou mais elementos de natureza adjectiva terminados em o e uma forma adjectiva.» Entre os vários exemplos, cita os seguintes: físico-químico, póstero-palatal, trágico-marítimo, ântero-inferior; latino-cristão, grego-latino, afro-negro. Ora, nos poucos dicionários em que a palavra “espácio” aparece registada, ela é classificada como adjectivo. Assim, retomo a questão: qual é a forma correcta – “espaciotemporal”, ou “espácio-temporal”?
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