As classes de palavras de maningue
A palavra de origem moçambicana maningue tem como sinónimo a palavra muito.
Procurei saber de que forma a palavra maningue pode ser utilizada, olhando para tal para a classe de palavras a que pertence. Nos dois dicionários que consultei, o da Infopédia e o da Academia, pude ver que se está perante um advérbio.
Para além de ser um indiscutivelmente um advérbio, maningue também pode ser utilizado, segundo o dicionário da Infopédia, como pronome indefinido. Já o dicionário da Academia de Ciências de Lisboa, considera, pelo contrário, que a outra classe de palavras a que pertence maningue é a dos determinantes indefinidos.
Posto isto, maningue é um pronome indefinido ou um determinante indefinido? Ou os dois? Será que podiam dar alguns exemplos?
Muito obrigado.
O nome resto
Em «Esse fluxo cresceu nos anos seguintes, quando o resto do mundo seguiu a política dos Estados Unidos e também proibiu a comercialização de cocaína», seria correto dizer que resto é pronome indefinido, à semelhança de «todo o mundo»?
Complemento do adjetivo: «fabricadas com o ouro»
No segmento «[...] Camões revela-se um subtil ourives de composições delicadas e gráceis, discretamente preciosas, fabricadas com o ouro dos cabelos e do sol, com o verde dos campos e dos olhos [...]», a expressão «com o ouro dos cabelos e do sol» desempenha a função sintática de complemento do adjetivo, uma vez que está precedida do particípio passado fabricadas que funciona como adjetivo?
Obrigada pela atenção.
Vírgula e conjunções: «Mas, quando me vi...»
No brilhante livro Manual de boa escrita; vírgula, crase e palavras compostas, da prof.ª Maria Tereza de Queiroz Piacentini, ela afirma que o mas pode ser usado sem vírgula quando «inicia oração seguida de uma conjunção subordinativa».
Eis uns dos seus exemplos:
«Mas quando me vi sem saber o que comer, bateu o desespero.»
«Os instrumentos iam parando... Mas à medida que as velas se apagavam, outras luzes se acendiam.»
Naturalmente, eu teria usado uma vírgula após o mas em ambos os exemplos por acreditar ser uma intercalação.
Dito isso, venho lhes consultar a esse respeito e aproveito para estender minha dúvida ao mesmo caso em se tratando de outras conjunções como e, então etc. quando iniciam uma oração.
Agradeço desde já.
Predicado verbal: «Caminhava pela estrada poeirenta»
Gostaria de saber a predicação verbal da seguinte frase: «A multidão caminhava pela estrada poeirenta.»
Visto que caminhar é intransitivo, o predicado não seria verbal, apenas? Porque li que seria verbo-nominal em função de poeirenta ser predicativo e eu não consigo entender por que poeirenta teria essa função.
Agradeço antecipadamente.
Demorar e adjunto adverbial: «Demora-se meses»
O verbo demorar pode se tornar impessoal quando estiver associado à passagem do tempo?
Qual das suas orações abaixo está correta?
Demora-se meses para terminar um projeto como este.
Demoram-se meses para terminar um projeto como este.
Obrigado.
Análise de «sabe-se muito pouco sobre Deus»
Boa noite. Por favor, a frase: " Sabe-se muito pouco sobre Deus". Qual o tipo de sujeito desta frase? Qual a função sintática do termo " muito pouco sobre Deus"? Qual a classificação do vocábulo "se"?
Agradecido, Evandro!
O verbo aliar e o uso pronominal
Consideremos a frase: «Nós nos aliamos a ele desconfiados.»
A função sintática do termo nos é objeto direto ou objeto indireto? Ou o termo nos não desempenha função sintática, sendo uma parte integrante do verbo?
Obrigado.
A expressão «cortar em dois»
Gostaria de saber, nas frases abaixo, qual a forma correta:
A. Vou partir esta laranja em DUAS.
B. Vou partir esta laranja em DOIS.
Obrigado desde já pelo esclarecimento.
O adjetivo jesuítico
Ao ler um texto de 1857, de autoria de um brasileiro, topei com uma palavra nova (para mim): jesuítico.
O contexto era insultuoso: o autor falava de alguém «atrevido e jesuítico». Os dicionários esclarecem-me que, além de referir-se a assuntos atinentes à ordem dos jesuítas, o adjetivo jesuítico ganhou uma acepção pejorativa. Algumas definições: «que é considerado fingido ou dissimulado», diz o Priberam; «fingido, dissimulado», ecoa o Caldas Aulete; «que não merece confiança; hipócrita», informa o Michaelis.
Minhas perguntas:
Qual é a origem dessa palavra em sua conotação depreciativa?
Tem algo que ver com a política anti-jesuítica do Marquês de Pombal?
Era comum, na época do marquês e depois dele, pespegar nos jesuítas a mácula da hipocrisia, do fingimento ou da dissimulação?
É possível ouvir-se ainda hoje, em Portugal, a mesma palavra pejorativamente?
Muito obrigado!
