Não há redundância na frase «a verdadeira realidade não é percetível pelos sentidos do ser humano». A verdade é que, embora realidade e verdade possam ser sinónimos em certos contextos, como na aceção de verdade enquanto «os factos tal como aconteceram ou se conhecem» (Dicionário da Língua Portuguesa, Academia das Ciências de Lisboa), as definições dos dois nomes demonstram que se podem distinguir:
(1) Realidade refere-se àquilo que existe de facto, ao mundo tal como é, independentemente da interpretação humana;
(2) Verdade, por sua vez, tem um caráter mais subjetivo, representando a adequação entre o que se pensa, diz, ou representa, e a realidade objetiva.
No caso em questão, importa analisar o adjetivo verdadeiro/a. De acordo com o mesmo dicionário, pode significar aquilo que é conforme à verdade, autêntico, real, ou mesmo aquilo que é natural ou não fingido.
Por essa razão, na frase apresentada, o adjetivo verdadeira qualifica realidade para sublinhar a ideia de que há uma dimensão da realidade que vai além do que é imediato ou sensível, indicando um nível mais profundo.
Portanto, não se trata de redundância, mas de um uso legítimo e estilisticamente eficaz para enfatizar a distinção entre a perceção superficial e uma suposta realidade mais profunda/autêntica.