DÚVIDAS

A expressão «iniciar (uma) sessão» (informática)
Antes de mais, muito obrigado por tantos esclarecimentos que já me deram e parabéns pelo excelente serviço que prestam à língua portuguesa através do vosso portal! No meu trabalho, é frequente encontrar a expressão “sign in” (por exemplo, “Please sign in to procceed”. Na maioria das vezes, traduzo “sign in” como “inicie sessão”, por economia de espaço, uma vez que as traduções se destinam, maioritariamente, a botões e pequenos campos de texto de aplicações informáticas. Entretanto, em certas ocasiões (quando o espaço e o contexto assim o justificam), também utilizo “inicie uma sessão” (por exemplo, “Para prosseguir, inicie uma sessão na aplicação”). Acontece que, sempre que opto por esta última fórmula (uma sessão), o revisor de uma das muitas agências para as quais trabalho insiste em classificá-la como “erro de estrutura gramatical”, justificando que “Quando alguém inicia sessão numa conta específica, o que é o caso, essa pessoa não está a iniciar sessão numa conta indefinida”. Confesso que tenho alguma dificuldade em entender a lógica do revisor, porque “uma” não se refere à conta, mas sim à sessão, pelo que não vislumbro como é que pode fazer com que a conta seja definida ou indefinida. Sempre encarei a escolha entre as duas fórmulas (com e sem “uma”) como opcional (“vou comer bife”/“vou comer um bife”; “vou abrir conta no banco X/”vou abrir uma conta no banco X”), consoante o autor do texto pretenda ser mais ou menos específico. Estarei errado? Grato pela atenção.
Países de Língua Oficial Portuguesa e norma linguística
Como sabemos, as salas de aulas, nomeadamente as de Português, são cada vez mais multiculturais: há alunos oriundos de vários países. Pensando no caso dos alunos oriundos de países de língua oficial portuguesa (PALOP), a estudar em instituições em Portugal, a correção dos instrumentos de avaliação (por exemplo, os testes) deverá respeitar que norma? A europeia? Cordialmente
Percentagem e o adjetivo numa frase negativa
Gostava que, se possível, me explicassem duas dúvidas. Na frase: «61% dos portugueses não leram um só livro no último ano.» – O verbo ler deve estar no plural, como está, ou deveria estar no singular (leu) uma vez que o sujeito é 61%? – O uso do nesta frase está correto (no sentido de «único») ou no fundo faz com que o sentido da frase seja exatamente o oposto do que o jornalista quer dizer que seria: «61% dos portugueses leram somente um livro.» Espero não ter sido confusa. No fundo queria saber se a forma verbal e o uso de estão corretos nesta frase. Muito obrigada e obrigada por nos ajudarem a entender melhor a nossa língua.
Concordância negativa: «se não queres que ninguém saiba»
Bem haja o Ciberdúvidas, e bem hajam os seus colaboradores pelo importante veículo que são em prol do correto uso da nossa língua. Muito agradeço o vosso esclarecimento sobre o seguinte: Atentas as expressões, frequentes: A. «Se não queres que ninguém saiba, não o faças nem o digas.» B. «Se queres que ninguém saiba, não o faças nem o digas.» Que as duas expressões são convergentes, acho que sim, que são. Mas serão ambas corretas ou só uma em prejuízo da outra? E no último caso, qual delas? A resposta poderá ser a sacramental (que penso ser a A.), mas a dúvida subsiste. Agradeço o vosso douto comentário.
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