É frequente ouvir e ler a expressão «ter lugar» aplicada a situações como: «o evento x vai ter lugar no dia y, próxima sexta-feira, às 22 horas». Apesar da pergunta e resposta 8136, permanece a minha dúvida. Esta expressão, equivalente a «ter cabimento», pode não estar associada à referência do local/lugar de determinado acontecimento? Ou estará mais correto dizer-se (e escrever-se): «o evento x vai ter lugar na Praça do Comércio, dia y, próxima sexta-feira, às 22 horas»?
Obrigado.
Estou a ler a História Rocambolesca de Portugal (de João Ferreira), precisamente no capítulo dedicado a Santo António de Lisboa (ou Pádua), em que o autor descreve os motivos por que o santo ficou ligado a estas duas cidades.
Num breve resumo: Santo António nasceu em Lisboa, mas viveu muitos anos em Itália, onde se destacou pelas suas qualidades humanistas e pelos seus sermões. Veio a falecer em Itália; a cidade de Pádua erigiu-lhe uma monumental igreja, e Lisboa dedicou-lhe um feriado.
Ora, é precisamente aí que a minha ignorância veio ao de cima! Nunca me ocorrera que o povo de Pádua se denominasse patavino.
Será que a nossa expressão «Não perceber patavina!» tem relação direta com a rivalidade que o povo lisboeta (e no geral, português) tem com os patavinos?
É curioso, mas esta rivalidade até nos faz esquecer que o verdadeiro padroeiro de Lisboa é São Vicente, e não Santo António.
Grata.
O que significa exactamente a expressão «estar na calha»?
Ex.: «O próximo álbum dos Toranja está na calha.»
Obrigado!
A palavra alerta sempre foi usada sem o "apoio" do em.
Inclusivamente, nos anos que estive na tropa, nunca ouvi ninguém perguntar a um soldado de sentinela se estava «em alerta»! Mas, unicamente, «alerta»: «estás alerta?» ou seja, «estás vigilante, de vigia, de sobreaviso, atento»?
Pelo que ouço e leio hoje, tudo ou quase tudo é antecedido por em.
Nessa lógica, será correcto escrever-se:
«Estou em atento, estou em vigilante, em de vigia»?
Será mais uma influência e adopção da maneira de escrever e de falar da língua espanhola e francesa, onde o em é abundantemente utilizado?
Por outro lado, também está em grande moda, substituir o morreu por «perdeu a vida»! Dizem: «foi encontrado sem vida», e não «foi encontrado morto», «foi encontrado com vida», e não «vivo»!
Logo, se isto está bem, porque não dizer «foi encontrado com morte»?
Na expectativa do favor dos vossos esclarecimentos, com as minhas saudações, subscrevo-me antecipadamente grato.
Na frase, «Ao todo éramos três», qual a função sintáctica de «ao todo».
Grata pela atenção.
Gostava de saber qual o significado da expressão «é de longe»:
a) «Esta solução é, de longe, a melhor de todas.»
b) «Este fenómeno é, de longe, o maior causador de poluição sonora.»
E a expressão «nem de longe, nem de perto»?
Gostava igualmente de saber o valor do verbo ser na seguinte frase:
a) «Não quero o meu chapéu, quero é a Virgínia!»
Porquê «quero é»?
Muito obrigado!
Ao dizermos «dentro de cinco dias», isso significa no espaço de cinco dias, ou precisamente o quinto dia a contar do dia em que estamos? Por exemplo, hoje é dia 30 de Abril. Se dissermos «os estudantes têm de entregar as suas teses dentro de cinco dias», a data-limite de entrega acaba no dia 5 de Maio, ou começa naquele dia?
Obrigada!
Devo usar a vírgula antes do não na construção abaixo?
«Ela comprou não fruta, mas legumes.»
Entendo que não é o mesmo caso da construção com «não só... mas também», certo?
«Ela comprou não só frutas, mas também legumes.»
Poderiam por favor explicar a diferença?
Muito obrigada!
Gostaria de saber a função da conjunção «não obstante», isto é, porque é enquadrada como conjunção adversativa (que penso obstar tem o significado de oposição e ficaria como aditiva: não obstante?!?!)
E que significa ubérrimo (estava lendo úbere é mamilo), sendo esse superlativo absoluto sintético é, portanto, o quê: peituda, grande peito ou o quê?!?
Um obrigadão à atenção, estou ansioso esperando esclarecimentos.
Numa frase como «São coisas a respeito das quais não se pode dizer nada», considero que o pronome relativo desempenha a função de complemento nominal. No entanto, minha dúvida se relaciona a locuções prepositivas que contêm palavras como respeito («a respeito de»), relação («em relação a»), etc. Quero saber se, de fato, essas locuções por si mesmas introduzem termos que, ao desempenhar funções adverbiais, também introduziriam um complemento nominal após a última preposição da locução. Transcrevendo frase acima para «Eu não tenho nada a dizer a respeito dessas coisas», posso considerar, aqui, «dessas coisas» como complemento nominal?
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