A expressão «de todo», sinónima de «totalmente, completamente», pode ser usada em frases afirmativas e negativas (exemplos de Énio Ramalho, Dicionário Estrutural, Estilístico e Sintáctico da Língua Portuguesa):
1. «Aquele rapaz anda tolo de todo [...].»
2. «Não se podem considerar ainda de todo esclarecidas as razões que o levaram a demitir-se do cargo.»
3. «O traço da dureza faltava de todo no estilo daquele escritor.»
No entanto, deve-se observar que «de todo» se associa a adjectivos, particípios passados e verbos que têm conotação depreciativa (por exemplo, tolo), disfóricas («andar perdido de todo») ou negativas (faltar = «não existir»). É, portanto, estranho ou mesmo inaceitável que se diga que «ele anda inteligente de todo», «estão de todo esclarecidas as razões» e «esse traço existia de todo no seu estilo».