No Brasil, costuma-se corrigir, em textos mais formais, o emprego de num (contração de em + um) e suas flexões. Existe no país a ideia (entre os mais prescritivos, obviamente) de que num é exclusivamente de uso informal e não deve ser posto em textos com maior grau de formalidade. Apesar de saber que se trata de uma prescrição, eu a considero questionável, uma vez que esse "erro" da escrita é usado amplamente no português falado e não contraria os processos de contração da língua – haja vista que costumamos juntar preposições com artigos. Nesse sentido, gostaria de obter do Ciberdúvidas um posicionamento sobre essa questão. Deve-se mesmo censurar o uso de num na escrita? Existe em Portugal semelhante condenação?
Com frequência leio em notícias expressões como esta: «O investimento atingiu os 100 mil euros.» O uso do artigo definido antes do valor em euros ou outra moeda está correcto?
Muito obrigado.
Estou aprendendo o português e não consigo entender (não achei nenhuma regra na Internet que explicasse isso de maneira clara) o seguinte: quando eu não devo colocar o artigo definido e quando devo, como nos exemplos abaixo.
1. «A etapa de retirada do ingresso para o campeonato UFC...»
O texto que eu encontrei em uma revista. Por que não pode ser escrito assim?
«A etapa da retirada do ingresso», ou «A etapa da retirada de ingresso»?
Existe a regra para isso? Ou todas são corretas?
2. «O consumo de antibióticos», ou «O consumo dos antibióticos»?
3. «Economize até 30 % nos utensílios de casa», ou «em utensílios de casa»?
4. «Uso dos equipamentos de proteção individual», ou «Uso dos equipamentos da proteção individual», ou «Uso de equipamentos da proteção individual»?
Muito obrigado pela ajuda!
A questão que venho aqui colocar é relativamente ao artigo definido. Sempre que desejo referir um livro, fico com dúvidas em relação ao emprego do artigo, se devo usá-lo ou não. Antes de vos escrever, deambulei pelo vosso site à procura de resposta e até acho que a encontrei. Porém, não sabendo se a regra se poderá aplicar à minha incerteza, decido, mesmo assim, colocá-la.
Em 2008 foi questionado o seguinte: «A respeito da capital de Moçambique, diz-se "o Maputo", ou "Maputo", sem artigo?»
Como resposta, a sra. Maria Regina Costa explicou: «Quando se designa o rio, utiliza-se o artigo, pois os nomes dos rios são precedidos de artigo: «o rio Maputo», «o Maputo». Quando se designa a cidade, a regra geral é a da omissão do artigo.»
Pois bem, esta regra aplica-se quando refiro algum livro quando posso usar simplesmente o título como resposta?
Exemplo:
— Ontem acabei de ler um livro.
— Que livro leste?
A resposta deverá ser: «li "A Casa Negra"» ou «li o/a "A Casa Negra Negra"»? Também fico com dúvidas de como utilizar o artigo definido, porque o próprio título já o contém — "A" — e é feminino. Mas, e no caso de o título se encontrar no masculino, «O Homem Que Perseguia o Tempo», eu deveria responder: «ontem li o "O Homem Que Perseguia o Tempo"», ou devo omitir o artigo "O", uma vez que o próprio título já o contém?
Grato pela vossa atenção.
Ficará mais correto dizer-se «praia de Pedrógão», ou «praia do Pedrógão»?
Obrigada.
Quando dizemos as horas em português, não utilizamos artigo? À pergunta «que horas são?» respondemos, por exemplo, «são quatro e cinquenta»?
Muito obrigada.
Os falantes do Brasil muitas das vezes não usam o artigo definido, por exemplo, «Joana lê o livro» e não «a Joana lê o livro»; ou ainda, «meu livro» e não «o meu livro». Quando é que o artigo pode ser omitido? E em Portugal se omitirmos o artigo também é correto?
Obrigada.
Sabemos que a contração entre artigo e preposição é um recurso bastante utilizado na língua portuguesa. Por exemplo, a preposição em associada aos artigos o e a pode resultar nos termos no e na, respectivamente. Contudo, ultimamente tenho observado a não utilização deste recurso gramatical em alguns textos e discursos, principalmente antecedendo a expressão «nome de», com o sentido de representar algo ou alguém. Por exemplo, «Venho em o nome do Estado brasileiro declarar guerra ao seu país...» em vez de «Venho no nome do Estado brasileiro declarar guerra ao seu país». A não utilização da contração em expressões do tipo poderia ser justificada por eufonia, tendo em vista que a expressão «no nome», repetiria a sílaba no.
Gostaria de saber o seu ponto de vista sobre o correto emprego da contração neste contexto (obrigatório ou facultativo). Reforçando, só achei estranho porque antigamente todos os textos traziam contração e, a partir de algum tempo, não vejo mais (neste contexto específico de «em o nome de»).
Porque dizemos «fui à escola» e «fui a casa», «cheguei a casa» e «cheguei à escola»?
Estou tendo problemas com a versão arcaica do português e gostava de saber se conhecem algum sítio ou dicionário que pudesse me ajudar.
Minha história:
Resolvi ler Os Lusíadas em uma versão original em vez de uma adaptada. Pensei que não seria grande problema, já que estou a estudar o português europeu há alguns meses. Engano meu.
Um exemplo é a palavra ũa, que, de tão curta e tão simples, se torna muito impossível de pesquisar pelo Senhor Google ou seus semelhantes.
Abraços e parabéns pelo projeto.
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