Uma das maiores dificuldades dos Brasileiros de escrever é saber quando se põe "a" ou "à". Tal é a frustação, que já há um projeto de lei para eliminar a "crase" (isto todos sabem dizer...) Aprendem na escola imensos nomes gramaticais dificílimos (mais sofisticados do que os nossos) para além de regras infernais que fazem cair qualquer um num desespero! Mas na prática só os mais instruídos sabem aplicar com segurança (o problema é que se pronuncia da mesma forma).
Sendo português (a viver no Brasil), e aplicando a velha tradição das nossas mães, digo-lhes «imaginem que a palavra que está à frente do "a/à" é masculina, se vocês usassem "o", então será "a"; se usassem "ao", então será "à"». As pessoas ficam delirantes e conseguem aplicar sem erro em quase todas as situações. Ao aplicar esta minha regra à expressão «ensino a/à distância», o correto seria escrever «Ensino à distância» (que é como todos os portugueses pronunciam na prática). De fato, diríamos «ensino ao longe» e nunca «ensino a longe". Sei que aqui é um pouco diferente, pois temos um advérbio substantivado...No entanto os dicionários têm consagrado (ver Porto Editora) como equivalente à expressão «ao longe» a expressão "à distância". Ninguém diria «vi-te a distância», mas, sim, «vi-te à distância». Aliás, a expressão «vi-te a distância» pode sugerir muitas mais coisas: «vi-te a distância (que procuravas...)», etc.
Na minha opinião «ensino a distância» não está incorreto, pois não viola nenhuma regra gramatical, mas vai contra o uso corrente (que também está correto). Mais uma vez o capricho estético momentâneo de alguns eruditos foi por cima da lógica cristalina da linguagem do povo. Se um uso é correto (tem coerência interna), comum, antigo e tradicional, para quê mudar?
Agora vou provar que o «povo tem razão», mostrar a sabedoria escondida do povo... Se «ensino a distância» está certo, então na forma verbal deveríamos dizer «Eu ensino a distância», «Tu ensinas a distância». Experimentem algum dia dizer isso e ouvirão: «Ensinas a distância de quê?». Se existem várias soluções para uma expressão, deve-se escolher, na minha opinião, aquela que é menos ambígua, pois o objetivo primário é comunicar, ou não é?
Parabéns a todos por este sítio!
Quando se insta alguém a fazer prova de algo é comum ouvir-se: «É necessário um documento em como não tem dívidas...» (por exemplo). É correcto? Não deveria dizer-se «... um documento em que (subentende-se: se declare que) não tem dívidas...»?
Como se deve dizer: «Eu vivo em Anadia» ou «Eu vivo na Anadia»?
Antecipadamente grato.
Sou docente do Curso de Informática da Universidade Aberta, e costumo caracterizar o tipo de ensino que praticamos nesta Universidade como «ensino à distância», mas recentemente ouvi dirigirem-se a este tipo de ensino como «ensino a distância», com base na tradução de francês ou espanhol (?).
Gostaria de saber a vossa opinião sobre as duas formas referidas para expressar este conceito.
Muito obrigada.
Na frase «faço muito gosto de recebê-lo pessoalmente», a preposição de não deveria ser substituída por em? E não seria melhor dizer “tenho muito gosto”, em vez de “faço muito gosto”? Muito obrigado e, claro está, sejam muitíssimo bem-vindos!
Na afirmação “Todas as queixas apresentadas, salvas duas excepções, careciam de fundamento” pode-se substituir o “salvas” por “salvo”? Tenho dúvidas quanto a esta frase uma vez que já vi as duas redacções.
Qual a frase correcta: «Informo V. Ex.ª que hoje falto ao serviço» ou «Informo V. Ex.ª de que hoje falto ao serviço»?
Qual a diferença entre «onde» e «aonde»?
Deve dizer-se, por exemplo, "unidade de apoio para a educação" ou "unidade de apoio à educação".
Qual a função sintáctica da palavra "disso" na frase: «Estou certo disso.»?
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