DÚVIDAS

«Um dia» e «num dia de chuva»
À pergunta sobre se se escreve «um dia, encontrei o João», ou «num dia, encontrei o João, responderam em 1998 o seguinte: «Atendendo à maneira como é formulada a pergunta, a expressão «um dia, encontrei o João» parece a melhor. No entanto, há casos em que a outra forma está mais correcta. Por exemplo: «Num dia de chuva, encontrei o João».' in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, [consultado em 01-10-2021] Qual o motivo para «de chuva» alterar a construção? Qual a formulação correta? Obrigado.
Preposição + pronome relativo («em que»)
Tenho uma dúvida referente a um assunto que, por vezes, me tira o sono, a saber, a tal regência verbal. Lendo um artigo, deparo-me com o seguinte trecho: «Para ter um corpo magro e saudável não basta cortar calorias. Os métodos de emagrecimento mais eficazes são aqueles *em que* tanto a dieta quanto os exercícios fazem parte da rotina de quem pretende eliminar os quilos extras.» A dúvida logo surgiu: por que a preposição em está antes do pronome relativo? Qual termo a está regendo? Certo do auxílio, agradeço pelo tempo gasto.
A análise da frase «não acho oportuna a ocasião para zombarias»
Há algum teste para identificarmos se o regime se prende com o nome ou com o adjetivo? Nesta frase de Camilo Castelo Branco: «Não acho oportuna a ocasião para zombarias.» Nesse exemplo, para é regime de oportuna ou de ocasião? Se não houvesse o artigo a, portanto, se a frase de Camilo fosse: «Não acho oportuna ocasião para zombarias» – haveria mudança de interpretação quanto ao regime? Muito obrigado pelo vosso excelente trabalho!
Entre e por entre
Creio que percebo o sentido de por entre (aliás, uma resposta anterior do Ciberdúvidas fortaleceu-me nessa opinião). No entanto, pergunto-me se podemos sempre usar entre onde por vezes nos parece melhor por entre. Acabo de ler uma frase que termina com «ouvindo o sussurro do vento entre as árvores». Neste caso, parece-me que o correto deve ser «por entre as árvores», como se estivéssemos a falar de um movimento que ocorre no interior da floresta... Não sei se estou a ser claro. Em suma, gostava de saber se há alguma diferença clara entre entre e por entre. No exemplo que acabo de dar, não deveria ler-se por entre? Muito obrigado.
A preposição por e a locução «por causa de» para hispanofalantes
Na minha profissão, sendo hispanofalantes a maioria dos meus alunos, deparo-me sistematicamente com o que me parece ser um uso indevido da preposição por (e as suas contrações), mas não tenho a certeza de como lhes explicar esta questão. Vejo muitas vezes formações como: O jogo foi cancelado pela tempestade. (devia ser «por causa da tempestade») Estamos confinados pela Covid. (devia ser «por causa da Covid») Não posso sair pela porta, visto que não tenho a chave. (pretende-se dizer «tenho de ficar em casa por causa da porta») A lei foi escrita pelo presidente, que cometeu um crime. (pretende-se dizer «por causa do crime do presidente») Os erros nas duas últimas frases parecem-me particularmente graves; gera-se confusão com as preposições de movimento e com os agentes da passiva. No entanto, há outras situações em que, aparentemente, podemos usar tanto por como «por causa de»: A caravela, pelas suas características, era a embarcação ideal para navegar naquelas condições. (ou "por causa das suas características") O livro, pela sua dificuldade, tem de ser lido por partes. (ou "por causa da sua dificuldade") O empregado, pela sua experiência, devia ser promovido. (ou "por causa da sua experiência") Como posso explicar em que casos posso ou não usar ambas as alternativas? Muito obrigado desde já.
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