Antes de mais, grata pelo vosso serviço.
Ao realizar um questionário com uma das minhas turmas, surgiu a seguinte questão:
Poderemos classificar o verbo saltar como deítico espacial, quando conjugado na 1.ª pessoa?
Obrigada.
As seguintes frases estão ambas certas, ou apenas a primeira?
«Os funcionários foram simpáticos, como não podiam deixar de ser.»
«Os funcionários foram simpáticos, como não podia deixar de ser.»
A primeira frase é de Mário Gonçalves Viana, no seu A Arte de Redigir, de 1951. Porém, em frases desse tipo eu costumo usar o verbo poder no singular. Está errado?
Muito obrigado.
Sabemos que o modo subjuntivo é usado com mais frequência acompanhado de algumas conjunções ou expressões impessoais. Mas ele também é o modo usado para indicar incerteza/possibilidade.
No caso a seguir, a frase indica incerteza/possibilidade, mas não há conjunção. Qual é a melhor forma de conjugar o verbo aguardar? «Aguardem» ou «aguardam»? O uso do subjuntivo, neste caso, é aceitável?
Não importa quais desafios nos aguardem, teremos força para enfrentá-los. / Não importa quais desafios nos aguardam, teremos força para enfrentá-los.
Gostaria de saber o significado das palavras seguintes numa das obras de Guimalhães Rosa, que me custam bastante para encontrar alguma solução e que parecem regionalismo ou da invenção do autor pela minha dedução:
a. sessépe, serelé:
«O coelhinho tinha toca na borda-da-mata, saía só no escurecer, queria comer, queria brincar, sessépe, serelé, coelhinho da silva...» (as duas palavras indicam um tipo de coelhos? ou certo jogo? ou como?)
b. arredobrar-se
«o esperto do gato repulava em qualquer parte, subia escarreirado no esteio, mas braviado também, gadanhava se arredobrando e repufando, a raiva dele punha um atraso nos cachorros." (só posso reconhecer que o verbo indica uma acção, mas não sei qual.)
Obrigada.
Na frase «as explicações sobre as escolhas dos textos podem ser encontradas no prefácio do livro», a modalidade associada é epistémica com valor de possibilidade ou de certeza?
Obrigada.
Sobre a forma reflectir, grafia anterior ao Acordo Ortográfico de 1990, o Dicionário de Verbos Portugueses da Plátano Editora, na sua edição de março de 1993, regista, na pág. 109, a seguinte nota:
«Verbos terminados em -ectir: mudam o e do radical em i na 1.ª pess. sing. do presente do indicativo, em todas as pessoas do presente do conjuntivo (subjuntivo) e nas pessoas derivadas deste tempo no imperativo. O c do radical desaparece nestas formas verbais.»
Não encontrei esta regra sobre a queda do c do radical em mais lado nenhum.
No Prontuário da Língua Portuguesa da Editorial O Século (6.ª edição, abril 1975), registam: reflectir – reflicto, reflecte, reflectimos; reflicta, reflictamos, etc.
Na versão do Dicionário Priberam conforme a norma de 1945, o verbo também aparece ortografado com o c do radical.
Na rubrica da SIC “Nós por cá”, inserta no Jornal da Noite de domingo, dia 2.10.2005, a apresentadora mostrava um cartaz, onde se lia a palavra reflita e afirmava que a autarquia devia mandar emendar o erro, pois o certo seria reflicta.
A minha questão é, pois, a seguinte: a referida nota do Dicionário de Verbos Portugueses da Plátano Editora estará correta e, cumulativamente, antes do Acordo Ortográfico de 1990 grafava-se este c do radical em toda a conjugação do verbo refletir?
Gostaria que me esclarecessem sobre a função sintática da expressão destacada entre aspas na frase seguinte:
«Ela sentiu-se "pessimamente" com o sucedido.»
É predicativo do sujeito?
Grata pelos preciosos esclarecimentos que prestam.
Gostaria de saber se o verbo ceder pode construir regência com a preposição em?
Muito obrigada.
Estou a elaborar um projecto artístico de fotografia digital em que abordo o tema da saúde mental.
Escrevi o seguinte parágrafo:
«Cheguei à conclusão feliz de que pessoas que sofram de ansiedade, depressão, perturbações obsessivas, pensamentos suicidas – entre outros sensíveis problemas de saúde mental – encontram uma forma de se resgatarem desses cuidados para se sentirem melhores, quer seja através de expressão artística, quer pela meditação, terapia, etc. Doentes com uma frágil saúde mental resgatam-se a si próprias, salvando-se de formas diferentes. »
Assim, cruzei-me com a palavra remir e a sua definição: «resgatar, conseguir a libertação de outrem ou de si. = LIBERTAR, Livrar; tirar ou sair do perigo ou da condenação. = Salvar.»
Neste contexto, gostaria de esclarecer se a palavra remir pode ela, realmente, enquadrar-se na minha exposição anterior.
Tanto em italiano quanto em espanhol há verbos cujo sujeito vem após o verbo, por exemplo:
1. «Mi piace il cioccolato.»/«Mi piacciono i cioccolati.»
2. «Me gusta el chocolate.»/«Me gustan los chocolates.»
Só que estes verbos piacere e gustar, quando têm como sujeitos verbos no modo infinitivo não mudam.
1.1. «Mi piace cantare e ballare.»
2.1. «Me gusta cantar y bailar.».
I. Eu gostaria de saber esta regra se funciona com o verbo português agradar, ou seja, se o verbo muda ou não, quando o sujeito é composto por verbos no modo infinito, como:
3.1. «Agrada-me dançar e cantar.»
3.2. «Agradam-me dançar e cantar.»
II. E se «agrada-me dançar e cantar» é o correto, por que o verbo fica no singular já que o sujeito é composto: «dançar e cantar»?
Desde já, muito obrigado.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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