DÚVIDAS

As orações temporais em Portugal
Em um artigo sobre as futuras possibilidades do uso da tecnologia digital, li várias orações com verbos no presente que me despertaram dúvidas sobre o uso do indicativo ou do subjuntivo (conjuntivo em Portugal). Praticamente em todos os exemplos, o verbo aparecia no presente do indicativo na oração subordinada, mas o verbo da principal estava no futuro do indicativo. Exemplos: – «Quando estamos em férias, as conversas com estrangeiros, na nossa língua materna, serão traduzidas em simultâneo e serão escritas no dispositivo na sua língua materna.» – «Quando compramos numa loja de desportos online, iremos escolher o artigo que desejamos.» – «Enquanto estamos em uma reunião de trabalho, a ata está a ser elaborada.» No português do Brasil, parece ser muito mais comum o uso do subjuntivo na oração subordinada nesses casos. Dependendo da oração, acredito que poderia ser considerado incorreto o uso do indicativo. Diríamos, por exemplo: «Quando estivermos de férias, as conversas com estrangeiros, na nossa língua materna, serão traduzidas...», ou «Quando estamos de férias, as conversas (...) são traduzidas». Gostaria de saber se me podem ajudar com a interpretação do uso dos tempos e modos verbais com as conjunções enquanto e quando nos citados contextos. Muito obrigada pela ajuda e parabéns pelo trabalho realizado todos os dias.
Oração condicional contrafactual e imperfeito do conjuntivo
Gosto muito do Rúben Amorim e vejo todas as conferências de imprensa dele. Tenho uma dúvida sobre uma frase que ele disse hoje, ou seja (minuto 10:32, Youtube): «O contexto é completamente diferente. Quando jogámos aqui, acho que tínhamos os mesmos pontos ou, se o Porto ganhasse, apanhava-nos na classificação.» Tendo em conta que foi um evento relativo ao passado e hoje não poderia acontecer, não deveria ter dito: «Se o Porto tivesse ganhado, ter-nos-ia apanhado/tinha-nos apanhado na classificação»? Obrigado.
Regências e orações relativas
Sabemos que os pronomes relativos devem ser procedidos pela regência dos verbos que os seguem. No entanto, não é uma prática que percebo na oralidade. É frequente ouvir: Li o livro que me falaste. Em vez de: Li o livro de que me falaste. Aprendi a música que gosto. Em vez de: Aprendi a música de que gosto. Gostaria de saber o que as gramáticas dizem sobre isto e a vossa opinião. Devemos considerar agramatical? Obrigada!
O verbo ver com complemento oblíquo
No excerto: «O último elemento do grupo, o narrador, não era tão sonhador como os outros e, por isso, não via forma nenhuma naquela nuvem. Para não ficar mal perante os outros, ele afirma que vê um hipopótamo. Perante tal afirmação, toda a gente ficou espantada.» As classes e subclasses das palavras via e para são, respetivamente, verbo principal transitivo direto e indireto (seleciona complemento direto e complemento indireto) e conjunção subordinativa final? Obrigada.
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