«(...) apesar das sucessivas declarações apaziguadoras de que a maioria das pessoas que vivem em bairros como Molenbeek em Bruxelas são gente pacífica – e são – e que condena com toda a veemência os actos de terrorismo (...)»
[José Pacheco Pereira, "Público", 26/03]
«... a maioria das pessoas vivem...», ou é «... a maioria das pessoas vive...»?
Obrigado.
Estou com dúvidas na construção desta frase: «O inacreditável esplendor e beleza daquela vista deixavam-nos de coração cheio.»
Atendendo à concordância em número, não sei se deveria escrever: «Os inacreditáveis esplendor e beleza daquela vista deixavam-nos de coração cheio.» Julgo que não, mas a questão é que o adjectivo «acreditável» refere-se tanto a «esplendor» como a «beleza». Por outro lado, creio ter ouvido um linguista explicar há tempos que, quando o objecto não é quantificável (quando não tem limites concretos), está correcto manter tanto o adjectivo como o verbo no singular, ainda que a frase refira mais do que um desses objectos. Qual a resposta correcta? E qual a explicação?
Muito obrigado.
«Há que se fazer ajustes de curto prazo», ou «Há que se fazerem ajustes de curto prazo»? Por quê?
Obrigado.
Qual está correcto e porquê?
– «Um milhão e uma pessoa.»
– «Um milhão e uma pessoas.»
Obrigado.
Diz-se «todos os dias é Natal» ou «todos os dias são Natal»?
Diz-se «nos 1.º e 2.º ciclos» ou «no 1.º e 2.º ciclo»?
Tendo em conta que a palavra fautor tem como correspondente feminino a palavra fautriz, gostaria muito de saber porque não sucede o mesmo com a palavra – quase homónima e rigorosamente sinónima – factor, ou, caso suceda, qual a correspondente feminina.
Obrigado.
Na frase «olhou para um e outro lados», podem dizer-me se "lados" deve ir para o plural, ou ficar no singular? «Olhou para um e outro lado»?
Muito obrigado.
Aproveito para lhes dar os parabéns e manifestar-lhes a minha gratidão por terem criado este site que, não o parecendo, contribui, mais do se pensa, para falarmos e escrevermos um português digno.
Saudações.
Gostaria de saber a vossa opinião acerca da gramaticalidade das seguintes frases:
(a) Um terço das mulheres presentes está grávida.
(b) Das mulheres presentes, um terço está grávida.
Este assunto foi discutido [num] fórum. O que se passa nestas frases é que temos uma concordância mista: um adjetivo, grávida, que concorda em número com o sujeito gramatical, «um terço das mulheres/das mulheres, um terço», e em género com o sentido desse sujeito, que são várias mulheres (coisa que tenho visto designada por concordância siléptica).
[O] vosso artigo "Concordância total e parcial ou atrativa" discute uma concordância “mista” (global em número, atrativa em género) no caso de um sujeito composto por uma lista de nomes, e diz que há gramáticos que a admitem. Não me parece grande acrobacia adaptar essa concordância “mista” às minhas frases acima. Mas gostaria de saber se isto é considerado aceitável ou até mesmo recomendável face a alternativas como «das mulheres presentes, um terço está grávido/estão grávidas».
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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