Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Funções sintáticas
André Duarte Investigador Coimbra, Portugal 5K

Em certas zonas do país usa-se em linguagem corrente expressões como «esqueceu-se-me», ou «fugiu-se-me», como por exemplo: «Esqueceu-se-me de comprar pão», em vez de «Esqueci-me de comprar pão». Em que conjugação / outra classificação gramatical é que estas formas se inserem, se nalguma?

Penso que uma conjugação reflexa seria  «Esqueci-me, esqueceste-te, esqueceu-se, ...». Se assim é, qual é a função do me no exemplo acima?

Obrigado!

Madalena Couto Formadora Porto, Portugal 10K

Na frase «O velho moleiro encontrou o frade no caminho», o complemento «no caminho» será um complemento oblíquo, ou um modificador?

Alexandra Silva Professora Braga, Portugal 1K

Na expressão «momento libertário da juventude», a expressão «da juventude» exerce a função sintática de complemento de nome ou complemento do adjetivo?

Estou na dúvida, pois poderia ser um complemento do nome (na relação possuidor/tema). No entanto, também se pode dizer que é um complemento do adjetivo, pois surge depois de «libertário».

Maria da Conceição Martins Professora Almada, Portugal 11K

Gostaria de saber se podemos colocar vírgula a seguir a um complemento direto, quando este inicia a frase, como por exemplo na seguinte frase: «O livro, deu-lhe ele.»

E poderá acontecer o mesmo com o complemento indireto?

Muito obrigada.

Cecília Ramos Professora Vila Real, Portugal 2K

Na frase «ele veio acompanhado do fidalgo» qual é a função sintática «do fidalgo»?

E se a frase for «Ele fez-se acompanhar do fidalgo». Qual a função sintática do fidalgo? Complemento obliquo?

Henrique Oliveira Projetista da construção civil Linda-a-Velha, Portugal 7K

Qual a regência do verbo configurar?

Ivone Maria dos Reis Soeiro Afonso Rodrigues Economista Loulé, Portugal 42K

[Estou] com dúvidas na diferenciação da classificação modificador do grupo verbal/ modificador de frase.

Exemplos de modificadores do grupo verbal:

1. O dia amanheceu tranquilo, em Faro. (onde o dia amanheceu tranquilo?)

2. Gostei de ver aquele filme no cinema. (onde gostaste de ver aquele filme?)

3. Vi aquele filme no cinema. (onde viste o filme?)

4. Irás servir Satanás porque sempre te ajudou. (porque irás ajudar Satanás?)

5. Sempre que vieres à Madeira vem visitar-me. (quando vens visitar-me?)

6. O Diabo acusa as personagens para que estas tenham consciência dos seus pecados. (porque acusa o Diabo as personagens?)

Os modificadores do grupo verbal não são exigidos pelo verbo mas modificam o verbo, podendo ser negados e interrogados.

a) Estão bem classificados estes exemplos?

Exemplos de modificadores de frase:

1. Embora seja bom estudante, o Pedro nem sempre está atento

2. Se o Diabo quisesse o Judeu na sua barca teria agido de outra forma.

3. Talvez os compradores estivessem certos.

4. Nunca tanta pressa vi.

b) Estão bem classificados estes exemplos?

c) Não se pode dizer que os modificadores de frase transmitem quase sempre uma opinião? Diz-se que os modificadores de frase não são exigidos, mas que modificam o verbo e também a frase, não podem ser negados nem interrogados.

d) Não percebo o que se quer dizer com o modificam a frase, pois os exemplos de modificadores do grupo verbal também modificam a frase!? Será que poderiam exemplificar com alguns exemplos para perceber a diferença! Por outro lado por vezes alguns dos modificadores de frase conseguem ser interrogados. Exemplos: • “Talvez os compradores estivessem certos”. Nesta frase posso colocar a questão: Os compradores estavam certos? Sim, talvez os compradores estivessem certos. • “Nunca tanta pressa vi”. Nesta frase posso colocar a questão: Quando viste tanta pressa? Nunca.

e) Por último, pode-se afirmar que as orações subordinadas adverbiais, causal, temporal e final representam sempre a função sintática de modificador do grupo verbal e as orações subordinadas adverbiais, condicional e concessiva representam sempre a função sintática de modificador de frase?

Muito obrigada pela vossa atenção.

Maria Duarte Professora Lisboa, Portugal 9K

Começo por agradecer a qualidade do vosso serviço.

A dúvida em questão relaciona-se com o facto de, no Dicionário Terminológico, todos os exemplos de complemento do nome introduzido por preposição sejam com de.

Questiono se poderão os seguintes casos ser complemento do nome:

«A paixão [ por Pero Marques]»;

«A diferença [entre um e outro]»;

«A discussão [sobre o assunto]»;

«A resposta [ao pedido]».

Sem mais, reforço a gratidão e envio os meus agradecimentos.

Marília Esteves Estudante Porto, Portugal 7K

Como distinguir claramente o complemento do adjetivo introduzido pela preposição por do complemento agente da passiva em orações participiais sem o verbo auxiliar (ser) expresso?

Considerando, por exemplo, as frases:

i) «Cresci acompanhado por uma frase silenciosa.»

ii) «Segundo a cronologia feita por Pessoa, Alberto Caeiro nasceu em 16 de abril de 1889, em Lisboa.»

iii) «A poesia de Pessoa mostra-nos sujeitos dilacerados pela angústia de se sentirem conscientes da sua consciência.»

iv) «A poesia de Caeiro anula o núcleo metafísico do universo poético pessoano, obsessivamente dominado pela ausência de sentido que vê em tudo.»

Diria que na frase i) o constituinte iniciado por por constitui um complemento do adjetivo, mas, relativamente às restantes, tenho reservas.

A minha grande dúvida reside no facto de, nas construções passivas participiais, o verbo principal no particípio se assemelhar a um adjetivo, pelo que o segmento que se lhe segue, embora semanticamente possa sugerir o agente da ação, funciona sintaticamente como complemento do adjetivo. Como se pode identificar inequivocamente cada um dos complementos?

Agradeço, desde já, a atenção dedicada à minha questão.

Rogerio Batista Coelho Militar Rio de Janeiro, Brasil 1K

Na frase «O homem foi morto 'pela faca'», o termo destacado é adjunto adverbial de instrumento ou o agente da voz passiva?

Agradeço o esclarecimento!