No vilancete camoniano “Descalça vai para a fonte”, no verso «vai fermosa e não segura», o constituinte «fermosa e segura» é classificado como predicativo do sujeito, o que confundiu os alunos, dado que o verbo ir seleciona complemento oblíquo, como no 1.º verso: «… vai para a fonte».
Agradecia a vossa explicação, porquanto as gramáticas que consultei não foram esclarecedoras.
Na frase «ela não nos tinha dito que viria», o pronome nos é um grupo nominal (porque é um pronome) ou um grupo preposicional?
Eu e alguns colegas gostaríamos de receber a vossa ajuda no que diz respeito à análise sintática da frase seguinte:
«O Silva veio de carro para a escola.»
Muito obrigada.
Caros senhores, antes de mais, obrigado pelo vosso trabalho!
Nas orações substantivas relativas seguintes, a preposição faz parte da oração subordinada ou não?
a) Ele agradece a quem o acompanhe. (complemento indireto)
b) Ele precise de quem o ajude (complemento oblíquo)
Continuação de bom trabalho!
Num artigo deparei-me com a seguinte sequência: «Quanta luz é o suficiente para...»
Tendo em conta que luz é nome feminino, não deveria existir uma concordância entre esse nome e a expressão «o suficiente»?
Sei que «o suficiente» é uma expressão adverbial, contudo sendo o verbo ser selecionador de predicativo do sujeito, pergunto se é possível manter a estrutura da expressão adverbial.
Obrigada.
Qual é que está correto?
a) «Desculpe o atraso» ou «Desculpe pelo atraso»?
b) «Desculpe o atraso do meu trabalho» ou «Desculpe pelo atraso do meu trabalho»?
Obrigadíssima!
Como saber quando um verbo é ou não intransitivo de fato?
Na frase: «A professora agiu favoravelmente aos alunos», o verbo agir é verbo transitivo direto ou verbo intransitivo?
Mesmo existindo "tabelas" na Internet de verbos intransitivos, existem casos em que esses verbos têm complementos.
Enfim, na frase acima, como posso classificar o verbo?
Obrigada.
Vi recentemente um exercício de gramática que suscitou uma dúvida. No exercício pedia que se sublinhasse o complemento oblíquo: «Sempre que tem problemas, a Mónica recorre aos pais.»
Nas soluções do exercício aparece «aos pais» como complemento oblíquo.
No exercício seguinte era, então, pedido que substituíssem o complemento oblíquo por um pronome (precedido de preposição). Nas soluções aparecia «Sempre que tem problemas, a Mónica recorre a eles».
É possível dizer-se/escrever-se "recorre-lhes"? Se sim, não seria de considerar que "aos pais" é complemento indireto?
No mesmo exercício, numas alíneas à frente, aparecia a frase «Ele estava muito feliz com aquela notícia».
«Muito feliz» acredito que seja predicativo do sujeito por ser "pedido" por um verbo copulativo (estar).
Assim, qual seria a função sintática de "com aquela notícia"? Modificador?
Obrigada pela atenção.
«Ele é o viajante que se orienta pelas estrelas.»
Nessa frase há a voz passiva sintética?
A expressão «pelas estrelas» é o agente da passiva em uma voz passiva sintética?
Na passiva sintética é correto usar o sujeito paciente antes do verbo como na frase acima (o viajante que se orienta) e nestas frases?
«Apartamentos se alugam.»
«Um erro se cometeu.»
«Casas se vendem.»
«Uma recompensa se ofereceu.»
A dúvida coloca-se em relação à frase:
«Os conteúdos são os que saíram no último teste.»
O meu entendimento é o seguinte:
«Os conteúdos são os que saíram no último teste» = «os conteúdos são os [conteúdos] que saíram no último teste» = «os conteúdos são aqueles que saíram no...»
Predicativo do Sujeito – os [conteúdos/aqueles] que saíram no último teste – or. subordinada adj. relativa restritiva
Função sintática do pronome relativo – sujeito («os conteúdos saíram no último teste»)
Função sintática da oração subordinada: modificador do nome restritivo (= «os conteúdos 'saídos' no último teste»; «os conteúdos já avaliados»).
Na gramática de Lindley Cintra e Celso Cunha, lê-se:
«As orações subordinadas adjetivas vêm normalmente introduzidas por um PRONOME RELATIVO, e exercem a função de ADJUNTO NOMINAL, de um substantivo ou pronome antecedente» (os destaques são dos autores).
O exemplo dado para a situação em que o pronome é o antecedente é:
«O/que tu vês/é belo;/mais belo o/que suspeitas;/ e o/que ignoras/muito mais belo ainda» (Raul Brandão).
Vejo este exemplo como equivalente apresentado em cima. Bem sei que esta gramática está desatualizada e eu não tenho trabalhado com a nova terminologia gramatical (Dicionário Terminológico – DT), mas as atualizações não ocorreram na classificação básica da subordinação (adverbiais/adjetivas/substantivas), pois não?
A verdade é que o DT apresenta o «o que» como introdutor da oração subordinada substantiva relativa, embora sem dar exemplos. Poderá ser uma gralha?
Como ensino, sobretudo, Latim, sempre que tenho dúvidas, recorro à gramática latina. Este tipo de construção (pronome antecedente da oração relativa) é muito comum em latim:
Is qui aliēnum appĕtit suum amittit (Fedro): «aquele que cobiça o alheio perde o seu» (Is – pronome demonstrativo, no nominativo singular masculino; qui – pronome relativo, no nominativo singular masculino) (...)
atque ea quae animos effeminant important (César): «(...) e importam aquelas coisas que efeminam os espíritos» (ea – pron. demonstrativo, no acusativo plural neutro; quae – pronome relativo no nominativo plural neutro).
Do mesmo modo, tenho dificuldades em compreender a classificação de oração subordinada substantiva relativa em exemplos como «Não sei [O QUE DISSESTE]», lido num outro esclarecimento vosso, pois vejo o o como antecedente do que, podendo ser substituído por aquilo, e assumindo a oração subordinada um valor atributivo («Não sei aquilo que foi dito por ti/Não sei o dito por ti»).
Escrevendo esta oração subordinada em latim, não teria alternativa a não ser a subordinada relativa com o pronome no neutro: Nescio QUOD dixisti.
Agradeço os esclarecimentos que me possam dar, pois eu e diversos colegas não conseguimos chegar a um entendimento.
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