Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Campo linguístico: Pontuação
Roberto Andrade Corne Junior Militar Rio de Janeiro, Brasil 58K

Fiz diversas leituras (inclusive aqui), porém nada sanou a minha dúvida. Peço aos senhores um esclarecimento ou apenas uma referência para eu consultar.

O adjunto adverbial e a oração adverbial possuem o mesmo papel: modificador. Há autores até que chamam de adjunto adverbial em forma de oração (as orações adverbiais), até aqui, tudo bem! mas... quando vamos à pontuação que é o problema!

Os adjuntos adverbiais no final não são separados dos termos anteriores, as orações adverbiais também deveriam seguir a mesma Regra: "Não veste com luxo porque o tio não era rico." (Machado de Assis, OC, II, 204.)

Porém... A vida não é feita apenas de momentos bons: "Ceamos à lareira, que a noite estava fria." (A. Ribeiro, M, 44.)

Qual motivo das orações adverbiais na forma direta (após a principal), ora estão com vírgula, ora não?

Patrícia Feio Assistente editorial Lisboa, Portugal 5K

Escreve-se "SL Benfica", "Sporting CP" e "FC Porto" ou "S.L. Benfica", "Sporting C.P." ou "F.C. Porto"?

Jorge Pereira Técnico de Informática Dublin, Irlanda 8K

A minha dúvida está relacionada com a expressão «não me diga que...», e saber se o seu uso pressupõe uma dúvida (ou uma questão).

Se escrevo «não me diga que o acontecimento X teve lugar. (ponto final)», é correto (e habitual) pressupor que se está a questionar o acontecimento X?

Assim sendo, é legítimo afirmar que nem todas as questões têm necessariamente de terminar com um ponto de interrogação?

Desde já, obrigado.

Elton Gomes Revisor Olinda, Pernambuco, Brasil 18K

O uso da vírgula nas situações abaixo se justifica? Não estariam elas separando elementos que têm relação sintática (no caso, o sujeito ‘«você’» do predicado ‘«gosta’»)?

Na fala, há uma pausa enfática depois do pronome, o que, acredito, deve induzir muitos escreventes a utilizarem a vírgula supondo ser ‘«você»’ um vocativo. Exemplos:

«E você(,) como está?»

«E você, vai passar as férias onde?»

Fico agradecido pela atenção.

Lucas Pereira Novaes Professor Vitória da Conquista, Brasil 4K

O uso das conjunções coordenativas em final de período é gramatical?

P. ex., em construções como «Ontem choveu; não levei guarda-chuva, porém», ou «Não estudei para o exame, não fui aprovado, portanto?.

Se for, qual seria a pontuação correta para essas orações?

Grato.

Júnior Lima Dias Estudante de Direito Maceió – AL, Brasil 79K

«Hoje ele é consultor de leitura rápida e memorização, e acredita que o número de livros que lemos é, SIM, importante.»

Gramaticalmente, o uso da vírgula para isolar o sim no meio de frases é obrigatório?

«Eu gosto, sim, de você.» Correto?

Grato!

Cristina Machado Professora Porto, Portugal 10K

Na frase «O filme cujo guião a Ana escreveu foi premiado» (= «A Ana escreveu o guião do filme»), devem ser ou não colocadas vírgulas na oração subordinada? Podemos considerá-la uma oração subordinada adjetiva relativa restritiva?

Obrigada.

Maria Lopes Revisora Coimbra, Portugal 4K

O meu grande agradecimento ao ciberduvidas. E felicitações pelo contributo para a Língua Portuguesa.

A resposta foi dada em várias entradas. Parece consensual esta forma:

«— Amanhã vai chover — disse o Manuel. — O céu está muito escuro. Neste exemplo, o primeiro travessão serve para introduzir a fala da personagem (3), e o segundo, para separar o que é fala da personagem do que é discurso do narrador. O primeiro ponto justifica-se porque termina o período (2). O terceiro travessão é de novo sinal de introdução do discurso directo e termina com a pontuação respetiva. Como o locutor é o mesmo, não há mudança de linha.»

Encontro uma forma diferente de pontuação e de uso da maiúscula na frase intercalada num autor e peço esclarecimento sobre a sua correção e aceitação:

A «– Nem desses plenários tive conhecimento. – Garanti. – Nada tenho a ver com isso.»

B «– Simplifiquei ao máximo e menos do que isto é impossível. – Explicou. – Mas eles não querem estudar e não vão concordar com nada.»

C «– Como não há?! – E eu próprio fui procurar aquele produto insubstituível. – Ora vê! Está aqui!...» 

Muito obrigada.

Maria da Conceição Martins Professora Almada, Portugal 11K

Gostaria de saber se podemos colocar vírgula a seguir a um complemento direto, quando este inicia a frase, como por exemplo na seguinte frase: «O livro, deu-lhe ele.»

E poderá acontecer o mesmo com o complemento indireto?

Muito obrigada.

Francisco Neves Estudante universitário Porto, Portugal 4K

Como estudante universitário, decidi comprar dois exemplares de Alice no País das Maravilhas traduzidos por duas tradutoras diferentes. No seguimento da leitura destes livros, deparei-me com umas dúvidas relativas à pontuação.

Em primeiro lugar, está correta a frase «Alice começava a aborrecer-se imenso de estar sentada à beira-rio com a irmã, sem nada para fazer: espreitara uma ou duas vezes para o livro que a irmã lia, mas não tinha gravuras nem diálogos»? Está correcto o uso da preposição de, ao invés da preposição por, que, no meu ver, me parece ser mais correta? E o uso dos dois pontos?

Em segundo lugar, tendo por base a frase «Em primeiro lugar, tentou lobrigar qualquer coisa lá em baixo e perceber para onde ia, mas estava demasiado escuro; depois, olhou para as paredes do poço...», não seria mais correto reformulá-la da seguinte maneira: «Em primeiro lugar, tentou lobrigar qualquer coisa lá em baixo e perceber para onde ia. Mas estava demasiado escuro; depois, olhou para as paredes do poço...»?

As minhas dúvidas prendem-se, pois, com a pontuação, as preposições e os sinais de pontuação que acompanham a conjunção mas.

Grato pela atenção.