DÚVIDAS

Turistificar e gentrificar
Tropeçando há dias num artigo de opinião intitulado "Os efeitos da Turistificação de Lisboa" (jornal Público, 25/11/2016), e como o encontrei dicionarizado, pergunto: "turistificação" está bem formado? E, se sim, então também é aceitável o verbo "turistificar"? Agradeço um comentário a mais este(s) termo(s) do... "turistiquês" . P.S. — No mesmo artigo vinha outra palavra, "gentrificação" que, confesso, também desconhecia de todo.
«Em meio a» = «em meio de»
Essa expressão, «em meio a», acaso tem alguma legitimidade, ou é [uma particularidade do português  do Brasil]  brasileira sem sentido, à semelhança do «por que...?», em vez de «porque...?»? É que a tenho encontrado unicamente entre brasileiros, e sempre lhes respondo que é erro, e que não faz sentido nenhum, e que correcto é «no meio de», porque não se está em meio a alguma coisa, mas, sim, no meio de alguma coisa. Frases como estas: «tenho uma casa em meio à floresta», «em meio ao espectáculo, ele levanta-se e vai-se», «em meio à contenda, ele desmaia»: isto faz algum sentido? Não é evidente que deve ser: «tenho uma casa no meio da floresta», «no meio do espectáculo, ele levanta-se e vai-se" (ou, também, «durante»), «e no meio da contenda, ele desmaia»(também faria sentido usar «durante»)?
Temporão vs. serôdio
Para mim, estaria claro que o significado de temporão seria o oposto de serôdio e até está já contemplado numa resposta que o confirma com o sentido que lhes atribuo. Poderiam assim ambos ser considerados como hipónimos do hiperónimo extemporâneo? No entanto, ao consultar a primeira palavra numa edição do dicionário Houaiss de 2003, da Temas e Debates, que me foi oferecida há alguns anos, encontro serôdio simultaneamente como sinónimo/variante e como antónimo («... SIN/VAR como adj. atrasado, serôdio, ...ANT. como adj. adiantado, antecipado, precoce, prematuro, serôdio...») . Pareceria uma troca entre as duas entradas não fosse o elemento comum. Segundo erro? Isto trouxe-me à memória uma referência, numa tertúlia televisiva que julgo ter sido ainda anterior à referida oferta, em que alguém da área de letras (uma senhora, que não nomeio porque não estou certo de quem seria), dizia recusar-se a recorrer à edição portuguesa, preferindo a original brasileira, por aquela estar de algum modo adulterada. Poderá ser o caso?
Regulação, regulamentação
vs. "arregulação", "arregulamentação"
Em francês existem as palavras régulation e réglementation. Mas não vejo tradução exata para as duas em português... Por exemplo, tendo em conta a falta de regulação e a falta de regulamentação, aceita-se que se use os termos  «a-regulação» e «a-regulamentação», respetivamente? No primeiro caso, pretende-se dizer que o fluxo, o caudal, não foi regulado. No segundo, que não se dotou o sistema de regras, de leis. Será que a língua portuguesa não é tão subtil como a francesa? Esses termos  deviam ficarentre aspas? Seria obrigatória uma nota em rodapé explicativa desses termos? (...) N. E. – Excecionalmente, não se indica o nome do consulente, que, embora tenha enviado dados de identificação, pediu confidencialidade sobre os mesmos aos editores do Ciberdúvidas.
Os significados de colarete e debrum
Pretendo saber se me podem esclarecer uma dúvida que tenho em relação a uma palavra usada em confeção. O termo "colarete" (debrum) Qual o termo mais correto? "Colarete"; "colorete"; "clorete"; ou "debrum". Todos são sinónimos e referem-se ao mesmo? Encontro várias referências em artigos escritos sobre estes termos, mas desconheço qual é o mais correto. Obrigado pela atenção dispensada.
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa