Na sequência da implementação do Acordo Ortográfico, gostaria de saber como devem ser classificados os nomes referentes aos meses e estações do ano em contexto escolar. Uma vez que se escrevem com minúscula, nomes comuns?
Já li explicações que referem que devem continuar a considerar-se nomes próprios. Neste caso, como o explicar a miúdos do 1.°, 2.° e, até, 3.° ciclos?
Pessoalmente, passei a evitar a classificação destes nomes, mas recentemente tive de ajudar o meu filho a resolver um exercício e deparei-me com este problema. Ele frequenta o 3. ° ano e o exercício enviado apresentava a ortografia anterior à implementação do AO, ou seja, estes nomes surgiam com maiúscula, o que me levou a uma explicação acrescida, tendo optado pela classificação de nomes comuns.
Aguardo o vosso precioso parecer.
Gostaria de saber se a palavra babá, quando usada para designar uma pessoa que cuida de crianças, é um substantivo sobrecomum ou um substantivo comum de dois gêneros.
A aplicação prática é a seguinte: um homem cuidador de crianças deve ser chamado de «a babá» ou de «o babá»?
Obrigado.
Considerando que o termo religião (religio) traduz um conceito, parece-me gramaticalmente erróneo utiliza-lo no plural ("religiões").
Não será assim ?
Quando nos queremos referir a algo que não é passível de ser comprovado, os dicionários parecem não acolher o adjetivo incomprovável. Será que o termo existe? Terá improvável essa aceção?
Sobre a pandemia da covid-19 e alguma informação não confirmada pelos especialistas, tenho lido e ouvido – nomeadamente nas conferências de imprensa diária da Direção-Geral da Saúde – a expressão «evidência científica» ou «evidência clinica». Por exemplo:
«Segundo a Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed), a Organização Mundial da Saúde promoveu um ensaio clínico para alcançar evidência científica sobre algumas das opções de tratamento e cuja implementação reúne maior consenso junto da comunidade médica e grupos científicos especializado.»
«A diretora-geral da Saúde afirmou (...) que não há evidência científica de que as desinfeções de vias e espaços públicos sejam eficazes contra o contágio pelo novo coronavírus.»
Não se tratará este modismo um decalque do inglês evidence («There is no scientific evidence to suggest that underwater births are dangerous»)?
Em português sempre se disse e escreveu prova (ou «comprovação»)... cientifica – e nos mais variados domínios. Por exemplo:
«7 provas científicas de que o aquecimento global existe»
«A Prova Científica da Existência de Deus», etc., etc.
Tenho ou não razão?
Muito obrigado.
«Informação é caminho para empoderar o paciente», li há dias num jornal digital brasileiro. Gostava de saber como se formou este "palavrão" ora tão usado no chamado "economês".
Muito obrigado.
Numa sentença como «Saudade de sair sem lenço nem documento... Ô, saudade», ô expressaria o mesmo sentido da interjeição de vocativo ó?
Em caso afirmativo, a vírgula que o separa do termo saudade seria desnecessária?
Obrigado.
A propósito do termo infodemia – que, salvo erro, só se encontra dicionarizado na Priberam: «Excesso de informação sobre determinado tema, por vezes incorreta e produzida por fontes não verificadas ou pouco fiáveis, que se propaga velozmente (ex.: infodemia de notícias falsas nas redes sociais*).» – já vi a seguinte formulação: «Infodemia de desinformação»
Não haverá aqui conceitos distintos? É que infodemia não é necessariamente desinformação (quando muito pode levar a isso) e a desinformação não é quantificável: é desinforrmação, ponto.
Obrigado.
* Ver aqui explicação.
De acordo com o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea publicado em 2001 pela Academia das Ciências de Lisboa, «procedimento cautelar é o mesmo que providência cautelar».
A extensa explicação que vem no Dicionário Jurídico de Ana Prata (Volume I, Almedina, Maio de 2006) parece indicar que procedimento cautelar e providência cautelar são duas coisas distintas. Concretamente, procedimento cautelar é um requerimento apresentado a um juiz para que este emita uma providência cautelar. Só é emitida uma providência cautelar depois do juiz assegurar-se da plausibilidade da existência do direito do requerente.
O mesmo Dicionário Jurídico define «providências cautelares como medidas decretadas pelo tribunal nos procedimentos cautelares».
Agradecia um esclarecimento.
N. E. – Manteve-se a ortografia seguida pelo consulente, a qual é anterior ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990.
Exemplo: «a pequena linha azul apareceu devagar *como que* por artes mágicas»
Sugestão: «a pequena linha azul apareceu devagar *como se* por artes mágicas».
Está difundido o «como que», quando faz muito mais sentido (para mim) utilizar a segunda opção, *como se* (fosse)...
Estou certo ou estou errado?, perguntaria o Sinhôzinho Malta (e eu também, já agora).
Obrigado.
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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