Venho por meio desta consulta tentar sanar, novamente, dúvidas de como aportuguesar determinados nomes greco-latinos:
* Stoa – nenhum dos dicionários com visualização online possui qualquer entrada para esse termo grego para as colunatas/pórticos e fica difícil saber, por isso mesmo, se seu uso é realmente cabível da forma como está ou se é possível adaptá-lo de alguma forma. As parcas fontes que eu achei ao utilizar o aportuguesamento mais óbvio "Estoá" ou "Estoa" referem-se à escola de Zenão de Cítio construída na ágora de Atenas.
Será correto utilizar a palavra "legalizabilidade", na frase «sobre a legalizabilidade de uma obra», à semelhança do que se passa com realizabilidade?
Obrigado.
A palavra distópico existe? É que eu li a sinopse do livro Divergente, de Veronica Roth, onde dizia que a história se passava num lugar "distópico". Fui procurar essa palavra no dicionário mas não a encontrei, por isso fiquei na dúvida.
Agradeço antecipadamente a todos os que tiverem a amabilidade de me responder.
1) Existem ou, pelos sufixos -ista e -ico, são aceitáveis as palavras "esnobista" e "blasfêmico"? Encontro-as nas edições de A Cinza do Purgatório: ensaios, do austro-brasileiro Otto Maria Carpeaux:
a) «Ao mesmo tempo, [Hugo von Hofmannsthal] ocupa-se em refazer La vida es sueño, de Calderón: que anacronismos, estes enfadonhos arranjos, seguindo a moda **esnobista** do barroquismo! ― dizem os literatos.»
b) «O homem, em Kafka, não vê na sua miséria a conseqüência da sua condição humana. Revolta-se. Acusa Deus, como Ivan Karamazov. A face de Deus, em sua obra, adquire traços **blasfêmicos**.»
2) Se existente ou aceitável, poderia dizer que "esnobista" é "neologismo", ou então, hipérbole de esnobe? Que poderia dizer?
Grato pela ajuda.
Pode-se usar a palavra entretido neste sentido: «O futebol é uma atividade entretida...»?
Qual a diferença, se há alguma, entre ofender (por palavras) e insultar?
Obrigado.
Relativamente ao verbo ascender + preposição a.
A dúvida surgiu quando vi o seguinte texto num documento:
«XYZ – alterada a cláusula 1 do contrato, ascendendo para técnico superior...»
Entretanto, eu e minha colega achamos que deveria ser:
«XYZ – alterada a cláusula 1 do contrato, ascendendo a técnico superior...»
Só que não sabemos explicar porque é que deveria ser a e não para.
Agradeço pela atenção.
Atendendo ao texto seguinte, agradeço os vossos comentários sobre o acerto/erro das expressões círculo vicioso/ciclo vicioso.
Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora (2006)
Círculo (geometria) =< Porção de plano limitada por uma circunferência.
Circunferência (geometria) =< Limite exterior do círculo; Curva plana fechada cujos pontos são equidistantes do centro;
Ciclo (física) =< Conjunto de transformações por que pode passar um sistema material que, partindo de um dado estado inicial, volta ao mesmo estado.
Vicioso =< Que tem vícios.
Vício =< Defeito pelo qual uma pessoa ou uma coisa se afasta do tipo considerado normal, ficando inapto a cumprir um determinado fim.
Notas
=====
1) Um círculo é um espaço geométrico num plano (a duas dimensões, portanto).
2) Uma circunferência é uma linha imaginária que delimita o círculo.
3) Um ciclo é um conjunto finito de acções, acontecimentos ou transformações, passíveis de repetição (e repetidas dentro do ciclo pela mesma ordem inicial).
4) Um vício é uma repetição não intencional, não natural, não programada, de acções, acontecimentos ou transformações que teimam em permanecer ao longo do tempo.
5) Um ciclo vicioso é a repetição não intencional, não natural e não programada (mas viciada) de um ciclo.
6) Um ciclo não tem nada a ver com um círculo; as acções, os acontecimentos ou as transformações não são circulares, mas, sim, ordenadas e repetidas (dentro do ciclo) pela mesma ordem inicial.
Quando se chama círculo vicioso a um ciclo vicioso está-se a associar (erradamente) o ciclo a uma circunferência, que por definição é viciosa, no sentido de que não tem princípio nem fim.
E por analogia ortográfica (que não semântica) entre os dois termos ciclo e círculo o erro vai persistindo.
Viciosamente...
Porquê coliponense como gentílico para Leiria?
Ao ler um livro, que dentre outras coisas falava sobre regência nominal, vi que alguns nomes como afável, atencioso, devoção, compaixão, cruel, respeito, simpatia e hostil têm mais de uma regência. Vi também que estes mesmos nomes e adjetivos apresentavam uma regência constituída por duas preposições juntas. Assim, eu pergunto: é possível que haja duas preposições juntas? Em que casos elas podem ser usadas? Há alguma regra para seu uso? «Ser afável com alguém» é o mesmo que «ser afável para com alguém»?
De antemão, fico agradecido pela reposta dos doutos consultores e especialistas do Ciberdúvidas, que já me elucidaram várias dúvidas!
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