Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Gramática
Paulo Manuel Sendim Aires Pereira Engenheiro Costa Rica, Brasil 3K

Numa das respostas excelentes do Ciberdúvidas afirma-se que «salvo é um conector que pode introduzir sintagmas nominais (1), orações infinitivas (2) e sintagmas preposicionais (3)».

Embora em espanhol exista a conjunção salvo que, parece-me que esta não existe no português. No entanto, tenho visto (raramente), nos ambientes jurídicos, salvo usado num sentido análogo ao das conjunções.

Fiquei com a dúvida se esse uso é gramatical. Se o é, como classificaríamos salvo neste caso?

«Esta legitimidade é determinada em função dos termos em que a relação material controvertida é configurada na petição inicial, salvo a lei indique em contrário.»

Obrigado.

Paula Bernardes-Silva Professora, atualmente a exercer funções técnicas numa agência governamental Lisboa, Portugal 6K

Regra geral, tenho poucas dúvidas quanto ao português escrito; acredito, porém, que essa segurança advém do facto de ser uma leitora compulsiva, e não de ser especialmente versada nas questões menos comuns da gramática da nossa língua (de gramática, só recordo as distantes lições da instrução primária e do liceu, e uma leitura, também já distante no tempo, da «Nova gramática do Português contemporâneo»*, de Celso Cunha e Lindley Cintra), pelo que, frequentemente, me debato entre a certeza da formulação correta e a falta de base teórica para defender a minha posição. E quando não sei mesmo (nem sequer intuo), recorro ao Ciberdúvidas, claro.

Encontro-me presentemente a rever vários textos [...] e deparei com uma frase que me soa mesmo mal; mas como as alterações que proponho têm de ser discutidas com os autores, gostaria, caso tenha razão, que me proporcionassem o tal fundamento teórico, para poder apresentá-lo se aqueles não aceitarem a correção. A frase é a seguinte:

«Distinguir a diferença entre a perspetiva focal e periférica na relação com si próprio, com o outro, com os objetos e com o espaço.»

Eu sugiro «[...] na relação consigo próprio [...]». Tenho razão?

Obrigada e parabéns pelo vosso trabalho.

Maria Luísa Cordeiro Professora Chaves, Portugal 1K

No vilancete camoniano “Descalça vai para a fonte”, no verso «vai fermosa e não segura», o constituinte «fermosa e segura» é classificado como predicativo do sujeito, o que confundiu os alunos, dado que o verbo ir seleciona complemento oblíquo, como no 1.º verso: «… vai para a fonte».

Agradecia a vossa explicação, porquanto as gramáticas que consultei não foram esclarecedoras.

Maria Madalena Lopes Professora do ensino secundário Santarém, Portugal 2K

Na frase «ela não nos tinha dito que viria», o pronome nos é um grupo nominal (porque é um pronome) ou um grupo preposicional?

Julian Alves Estudante Roma, Itália 1K

gramática de Cunha e Cintra apresenta o seguinte: «Integrantes (servem para introduzir uma oração que funciona com o SUJEITO, OBJETO DIRETO, OBJETO INDIRETO, PREDICATIVO, COMPLEMENTO NOMINAL ou APOSTO de uma outra oração). São as conjunções que e se.»

Levando em consideração a frase «Não sei quando chegarei da viagem», poder-se-ia dizer que quando, em alguns contextos, também é uma conjunção integrante, pois a estrutura «…quando vou chegar da igreja» parece funcionar como complemento de objeto direto?

Obrigado antecipadamente.

João São Marcos Advogado Porto, Portugal 1K

No slogan de uma empresa de bebidas como deverá dizer-se?

1. Bebidas é connosco!

ou

2. Bebidas são connosco!

Existem algumas frases em que me parece não ter de haver concordância, dado que falamos mais de um conceito que do substantivo propriamente dito: «O meu cão é só asneiras!»

Obrigado.

Mauricio Curi Funcionário público Porto Alegre, Brasil 1K

Na seguinte frase "A dúvida aparece quando terminamos uma etapa, como concluir alguns estudos ou finalizar um trabalho", não sei classificar a oração: "...como concluir alguns estudos ou finalizar um trabalho." (Coordenada ou Subordinada? e a subclassificação?)

João São Marcos Advogado Porto, Portugal 1K

Gostaria de saber, nas frases abaixo, qual a forma correta:

A. Vou partir esta laranja em DUAS.

B. Vou partir esta laranja em DOIS.

Obrigado desde já pelo esclarecimento.

Luísa Santos Engenheira Portugal 2K

Com «creio que» uso tempos simples. Presumo que estou correta quando este é o começo de uma opinião.

Mas, se for o começo de um cenário surreal/irreal, é exigido o uso do conjuntivo?

Por exemplo: «Creio que ouça fantasmas.»

Ou posso ainda neste caso usar o modo indicativo: «Creio que ouço fantasmas»?

Obrigada.

Jamily Aguirre Marques Vestibulanda Cachoeirinha, Brasil 1K

Como saber quando um verbo é ou não intransitivo de fato?

Na frase: «A professora agiu favoravelmente aos alunos», o verbo agir é verbo transitivo direto ou verbo intransitivo?

Mesmo existindo "tabelas" na Internet de verbos intransitivos, existem casos em que esses verbos têm complementos.

Enfim, na frase acima, como posso classificar o verbo?

Obrigada.