As classes do pronome e dos adjetivos têm características e comportamentos distintos, o que justifica a sua autonomização desde os primórdios dos estudos gramaticais. No latim, encontramos já referência ao pronomen («em lugar do nome») e ao adiectivum nomen («nome que se acrescenta»).
Existem perspetivas diferentes no tratamento a dar a palavras como por exemplo meu ou aquele. A classe de pertença destas palavras (e de outras da mesma natureza) define-se, de acordo com Bechara, por reunir «unidades em número limitado e que se refere a um significado léxico pela situação ou por outras palavras do contexto»1. Desta definição retira-se que os pronomes constituem uma classe fechada e têm a função de localizar outras palavras em relação à situação ou de apontar para outras palavras do contexto.
Os pronomes podem, no quadro de algumas gramáticas, distinguir-se em pronomes absolutos e pronomes adjetivos ou adjuntos2. Os pronomes absolutos não se referem a nenhum substantivo determinado, como acontece com isto na frase (1):
(1) «Isto é muito importante.»
Os pronomes adjuntos (adjetivos) têm sempre referência a um substantivo, como se verifica com meu na frase (2):
(2) «O meu livro é o mais interessante de todos.»
O adjetivo, por seu turno, tem uma função diferente, uma vez que indica uma qualidade, o aspeto ou estado3 do substantivo (e a ordem, no caso dos adjetivos numerais). Para além disso, o adjetivo caracteriza-se por variar tipicamente em grau e constitui uma classe aberta de palavras.
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1. Bechara, Moderna gramática portuguesa. Ed. Lucerna, p. 233
2. Este termo corresponde no quadro da gramática escolar à classe do determinante (cf. Dicionário Terminológico).
3. Cf. Cunha e Cintra, Nova gramática do português contemporâneo. Ed. Sá da Costa, p. 247.