Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Semântica
José Henrique Sento Sé Analista de sistemas Rio de Janeiro, Brasil 4K

«Os amigos lhe esperavam para iniciar o passeio.»

Por que a construção da frase acima está errada?

Aliomário Moreira Orientador Piritiba, Brasil 5K

Na frase «Ninguém esperava que o candidato pudesse vencer a eleição», qual a classificação da oração subordinada?

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 6K

Veja-se a seguinte estrofe:

Oh! pesadelo terrível

Oh! sofrimento brutal

Que me faz (fazes) implorar

Pelo instante final

Considerando que o sujeito poético se dirige a pesadelo e sofrimento personificados, exercendo esses termos a função de vocativo, pergunto qual a concordância correta para o verbo fazer. Parece-me que, conforme se considere a oração adjetiva como restritiva ou explicativa, haveria a possibilidade de estarem corretas as duas concordâncias. Outras frases semelhantes: «Oh! velho amigo, que me vens alegrar»; «Oh! velho amigo que me vem alegrar».

Gostaria de uma análise a respeito, a qual desde já agradeço.

João Deus Professor de jardim-escola Tavira, Portugal 14K

Como se classifica morfologicamente a palavra na seguinte frase: «Alguns fugiram a pé, abandonando as suas armas e armaduras para correrem mais depressa»?

Carlos Ferreira Estudante Mirandela, Portugal 4K

Num exercício proposto, a expressão «um sonho» é apresentada com um valor mais restritivo do que «o sonho». Não entendo o porquê desta classificação dado que o é um artigo definido, e um é indefinido.

João Alves Estudante Lisboa, Portugal 17K

É correcta a expressão «derivado a» com o valor de «devido a»? Não é raro aparecer esta construção em textos de imprensa, havendo escritores, como António Lobo Antunes, que a usam recorrentemente nas suas obras. Fica a dúvida se no segundo caso se tratará apenas de uma liberdade de escritor, ou se será manifesta falta de rigor...

Luís Caetano Engenheiro Lisboa, Portugal 11K

De entre «feridos ligeiros» e «feridos leves», qual é a expressão mais correcta em oposição a «feridos graves»?

Alexandre Rodrigues Estudante Taguatinga - Distrito Federal, Brasil 14K

Antes de tudo, quero manifestar minha satisfação e agradecimento pelo precioso trabalho prestado pela equipe de mestres do Ciberdúvidas.

Ao fazer análise sintática de um texto bíblico, deparei-me com uma dificuldade, talvez motivada pelo fato de ser eu ainda um neófito nos estudos da língua portuguesa. Por isso decidi pedir ajuda.

No texto «Se alguém vos anunciar outro evangelho além do que recebeste, seja anátema» (Gl 1:9), como devo classificar a estrutura «além do»? No primeiro momento, pareceu-me referir-se a uma locução prepositiva acrescida de pronome demonstrativo o (aquele).

Entretanto, logo me surgiram dois problemas: se a referida estrutura é uma locução prepositiva, qual a função sintática do pronome demonstrativo o? E, se de fato é assim, quais os termos relacionados pela locução, antecedente e consequente, os quais, segundo Cunha e Cintra, possuem o status de ser completado e completar, ou explicar e ser explicado, respectivamente?

Peço-vos a vossa solicitude e atenção. Certo disso, desde já agradeço vossos preciosos préstimos, úteis a milhares que se alimentam diariamente de tão indispensável conhecimento.

Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 6K

Gostaria, por gentileza, que se apontassem três figuras de estilo no poema abaixo. Nele pode-se considerar que o "verso" citado pelo sujeito poético retrate um amor não correspondido, ou apenas retrataria a difícil arte de compor um poema?

Versilusão

Quando me vencia a solidão,

Um estranho lampejo surgiu

Quando todo sonho era vão,

O quase-nenhum virou mil

 

Nascido em trevosa canção,

Um verso, uma imagem sutil,

Rebelde como poucos o são,

Alegre como os ares de abril

 

Tomei-o nos lábios, vacilante

A voz trêmula, na ilusão imerso,

Queria muito ouvi-la altissonante

 

Igualando, porém, o ato perverso

Do mais fútil e pérfido amante,

Deixou-me só o fingido verso.

Maria Monteiro Professora de Língua Portuguesa do 3.º ciclo e do sec. Viana do Castelo, Portugal 8K

Relativamente ao Dicionário Terminológico, que é o documento orientador do Conhecimento Explícito da Língua, muitas dúvidas me têm inquietado, sobretudo no que se refere aos constituintes selecionados pelo nome, quando se trata de um grupo preposicional, iniciado por de, pelo facto de esse grupo poder exercer sintaticamente a função de complemento do nome ou modificador restritivo do nome.

Tendo em conta o contexto (perspetiva inerente ao CEL), eu questiono se o mesmo grupo preposicional pode mudar de função sintática em função do dito contexto, como acontece no grupo verbal (complemento oblíquo/modificador do grupo verbal). Concretizando, na frase: «A cidade de Viana do Castelo localiza-se na região do Minho», o grupo «de Viana do Castelo» é complemento do nome, ou modificador restritivo? A mim parece-me que a palavra cidade exige/seleciona, neste contexto, um complemento, logo seria complemento de nome. Porém, na frase: «Eu vou à cidade de Viana do Castelo», o mesmo complemento me parece dispensável, ou seja, o nome cidade não o exige, o que me leva a pensar que é modificador restritivo, pelo facto de a aceção do nome cidade ser diferente, já que, no segundo caso, o significado de cidade pode ser antónimo de aldeia (e não repartição administrativa, como na primeira situação).

Ainda a este propósito, considera-se que o grupo preposicional «de gravuras» na frase «Gostei do livro de gravuras» é modificador, ou complemento do nome?

Já detetei versões diferentes em livros/gramáticas. E na frase «Coloquei o livro de gravuras na estante», a função é a mesma?