Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Semântica
Franqueira Neto Jornalista Macau, Macau 3K

A frase «os danos devem ser indemnizados» é válida? Deparei-me com ela recentemente e causou-me estranheza, porque penso que quem é indemnizado é "alguém", relativamente a esses danos... e não os próprios danos.

Já agora, reparei que o acordo ortográfico manteve o m no verbo indemnizar, embora, penso eu, quase toda a gente, mesmo em Portugal, diga "indenizar", "indenização"... Alguma razão para não termos adotado a grafia brasileira neste caso?

José de Vasconcelos Saraiva Estudante de Medicina Foz do Iguaçu, Brasil 4K

Napoleão Mendes de Almeida, na sua Gramática metódica da língua portuguesa, refere que se repete a preposição em frases como as seguintes:

«O de que muitos começam a duvidar é das suas possibilidades.»

«O de que eu não quero que te esqueças é do sinal da cruz.»

«O de que precisamos é de calma.»

«O por que luto é pela justiça.»

A minha pergunta é esta: seria correto antepor a preposição de ao pronome o? O demonstrativo o nesses contextos desempenha a função sintática de sujeito, sendo assim seria correto ligar a preposição ao sujeito?

«Do que muitos começam a duvidar é das suas possibilidades.»

«Do que eu não quero que te esqueças é do sinal da cruz»

«Do que precisamos é de calma.»

«Pelo que luto é pela justiça.»

Quanto a esta frase: «No que cuido é nos meus deveres» Seria correto dizer: «O em que cuido é nos meus deveres»?

Outra pergunta: Tem razão Mendes de Almeida ao dizer que a preposição se repete, ou seria melhor dizer «O em que cuido são os meus deveres», em que o verbo ser concorda com o predicativo «os meus deveres»?

Gratíssimo ao vosso trabalho

José Garcia Formador Câmara de Lobos, Portugal 2K

Admitindo o princípio da pressuposição inerente ao enunciado que se segue, pergunto-vos se podemos aceitá-lo:

«O André ficou a dever-lhe uma.»

É claro que o enunciado («dever-lhe uma») remete para «ajuda». No entanto, estou em dúvida quanto à sua aceitação/admissibilidade.

Agradecia o vosso esclarecimento.

José Garcia Formador Câmara de Lobos, Portugal 2K

Poder-se-á afirmar que e frase  «O Rui está a jogar mais ele» está errada?

Ana Sofia Martins Educadora de infância Aveiro, Portugal 4K

Numa conversa entre colegas, uma afirmou: «e ele foi para a mesa com o barruço na cabeça.»

Perguntei-lhe: «"barruço" ou "garruço?"»

«Sim, eu digo barruço!»

Qual a forma correta, ou podem ser consideradas as duas?

Obrigada pela atenção dispensada.

José de Vasconcelos Saraiva Estudante de Medicina Foz do Iguaçu, Brasil 2K

Na faculdade daqui usa-se muito a palavra parafraseável. Gostaria de saber se essa palavra existe.

Cumprimentos cordiais desde o Brasil.

João Moisés Pedreiro Beira, Moçambique 2K

Gostava de saber se é possível dizer «muito fundamental.»

Ex.: «Prestem atenção pois o tema de hoje é muito fundamental.»

Eduardo Serra Estudante Porto, Portugal 7K

Gostaria de saber qual é a relação entre juízo e julgamento, em que situações é que as duas palavras são sinónimas.

Tinha ideia de que a palavra juízo dizia respeito, em geral, à avaliação da qualidade de uma coisa (sob uma perspectiva moral ou outra) e à opinião que dela se forma e que julgamento diria respeito ao processo jurídico e à sentença que dele resultaria. No entanto, tenho reparado que muita gente usa a palavra julgamento com o sentido de juízo referido atrás, mas nunca o contrário.

À primeira vista pareceu-me que esta troca de significados estaria relacionada com a tradução de inglês para português através da proximidade gráfica e fonética (tradução de judgment para julgamento em vez de juízo) como acontece com as traduções de luxury para luxúria em vez de luxo, library para livraria em vez de biblioteca, port para porta em vez de porto, entre outras.

Fiz uma pesquisa superficial pela Internet e fiquei ainda mais confuso quanto ao significado das duas palavras (e ainda se complicou mais quando juntei os verbos julgar e ajuizar na mistura), por isso, agradeço qualquer esclarecimento.

Eugene Geppert Médico aposentado Florida, Estados Unios da América 6K

A minha dúvida é sobre a diferença de significação entre as seguintes orações:

1. Ela espera que a Ciones tenha feito o exame antes de os seus pais voltarem.

2. Ela espera que a Ciones venha a ter feito o exame antes de os seus pais voltarem.

Outra dúvida: a estrutura «vir a» é uma perífrase? Se é, qual é a significação ou função da perífrase?

Joyce Chaves Alves Militar Rio de Janeiro, Brasil 3K

Na afirmativa «mais um passo, e eu pulo», apesar de não estar explícita a conjunção condicional, há uma interpretação clara nesse sentido.

Como analisaríamos a construção sintática e morfologicamente: o e é conjunção aditiva? «Mais um passo» tem conjunção e verbo elípticos – «se der»? Ou é apenas um expressão condicional e não uma oração?

Obrigada!