DÚVIDAS

Pronúncia do nome de uma língua da África do Sul: xhosa
Existe alguma regra, em português, para a pronúncia do nome da língua da África do Sul, escrita «xhosa»? Segundo informação que eu li, o grupo consoântico «xh» pronuncia-se (na própria língua, evidentemente) como um «clique lateral aspirado». Já ouvi pessoas da África do Sul e de Moçambique a pronunciar essa palavra, e para o nosso ouvido tem um som parecido com «cl» ou «tl». O que eu queria saber é se em casos desses a norma prescreve a pronúncia genuína [ˈkǁʰoːsa] (ou algo parecido), ou se é lícito pronunciar a palavra com as regras de pronúncia para a ortografia do português [ˈʃɔzɐ] (sinceramente, a pronúncia «chóza» choca-me um bocadinho...). Obrigado.
Pontuação do marcador discursivo «não é?»
Tenho muitas dúvidas sobre como transcrever do discurso oral certas expressões que aparentemente são perguntas sem o serem na realidade. Por exemplo: «Eu só escolhia aquilo que mais me agradava, não é, e deixava de lado o resto.» Deve-se escrever como acabei de fazer, ou assim?: «Eu só escolhia aquilo que mais me agradava, não é?, e deixava de lado o resto.» Eu julgo que se pode colocar o ponto de interrogação antes da vírgula, mas fica estranho, do mesmo modo que me parece estranho colocar, como coloquei, o ponto de interrogação antes dos dois-pontos. Será que o posso fazer? Continuação do vosso inestimável trabalho!
A forma quatorze no Brasil, novamente
Não entendo a razão por que tanto se insiste aqui (cf. grande número de respostas) em dizer que no Brasil se prefere a forma quatorze à catorze. Não me estranha nenhuma das duas, mas confesso que me parece mais comum no trato com brasileiros ouvir catorze. O dicionário Houaiss não me deixa pensar assim sozinho, quando dirige a quem procura por quatorze para o verbete escrito com cê, dando a entender que esta última será a forma preferida.
Siglas, escolha das letras
Consultei muitas das respostas do Ciberdúvidas quanto à questão das siglas, mas nelas não encontro resposta à minha dúvida. Vejo com alguma frequência em textos portugueses frases como, por exemplo, «O programa Inglês para Fins Académicos (EAP) visa...» ou «... tendo trabalhado largos anos no Centro Científico de Investigação (SCI)...». Obviamente que as siglas utilizadas são as dos nomes em inglês (English for Academic Purposes) e (Scientific Center of Investigation), e a minha pergunta é: é correcto traduzirmos o nome da instituição para português e mantermos as siglas na língua de origem? Não se deveria alertar, de alguma forma, o leitor de que a sigla provém do nome em inglês?
Nomes de países das Caraíbas
Alguns dos nomes de países e territórios da região das Caraíbas têm uma multiplicidade de grafias, sendo complicado compreender qual delas adoptar. Se por um lado algumas são pouco usuais, outras são bem portuguesas. Neste caso, quando devemos adoptar os estrangeirismos locais? As minhas dúvidas prendem-se com os seguintes casos: — "Anguilla" (inglês), "Anguilha" (português), ou "Anguila" (português)? — "Antigua e Barbuda" (castelhano), "Antígua e Barbuda" (misto de castelhano e português), ou "Antiga e Barbuda" (português)? — Curaçao (neerlandês, vindo do português), ou Curação (português)? — Bahamas (inglês, vindo do cast. «baja mar»), ou Baamas (português)? — Ilhas Cayman (inglês, usado aparentemente no Brasil), Caymans, Caiman ou Caimã (português brasileiro), ou Ilhas Caimão (português europeu)? — Dominica, ou Domínica? — Montserrat (inglês), Monserrate (português), ou Monte-Serrado (como já vi aqui no Ciberdúvidas)? — Nevis (inglês), Névis (misto de inglês e português), ou Neves? — Trinidad (inglês, vindo do castelhano), Trinidade (misto de castelhano e português), ou Trindade (português)? — Turks e Caicos (inglês): Turcos ou Turcas (português) e Caicos ou Caícos (português)? Desde já, um muito obrigado.
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa