As respostas em questão coincidem com a descrição de Paul Teyssier, no seu Manual de Língua Portuguesa (Coimbra, Coimbra Editora, 1989), que atribui catorze à variedade portuguesa e quatorze à variedade brasileira, acrescentando que «[e]m relação a 14 [...] existe uma diferença entre a forma portuguesa e a forma brasileira» (pág. 180).
Mas a verdade é que Evanildo Bechara, na sua Moderna Gramática da Língua Portuguesa (Rio de Janeiro, Editora Lucerna, 2002, pág. 298), regista catorze ao lado de quatorze como formas do numeral cardinal em apreço, sem referir uma distribuição geográfica definida. E Celso Cunha e Lindley Cintra, na Nova Gramática do Português Contemporâneo (Lisboa, Edições Sá da Costa, 1984, pág. 372), afirmam que «no Brasil quatorze alterna com catorze, que é a forma normal portuguesa».
Em suma, a situação é esta: em Portugal só catorze se aceita; no Brasil há variação entre quatorze e catorze, embora esta pareça ter algum favor, como sugere o consulente.