DÚVIDAS

Artigo definido em títulos de obras
A questão que venho aqui colocar é relativamente ao artigo definido. Sempre que desejo referir um livro, fico com dúvidas em relação ao emprego do artigo, se devo usá-lo ou não. Antes de vos escrever, deambulei pelo vosso site à procura de resposta e até acho que a encontrei. Porém, não sabendo se a regra se poderá aplicar à minha incerteza, decido, mesmo assim, colocá-la. Em 2008 foi questionado o seguinte: «A respeito da capital de Moçambique, diz-se "o Maputo", ou "Maputo", sem artigo?» Como resposta, a sra. Maria Regina Costa explicou: «Quando se designa o rio, utiliza-se o artigo, pois os nomes dos rios são precedidos de artigo: «o rio Maputo», «o Maputo». Quando se designa a cidade, a regra geral é a da omissão do artigo.» Pois bem, esta regra aplica-se quando refiro algum livro quando posso usar simplesmente o título como resposta? Exemplo: — Ontem acabei de ler um livro. — Que livro leste? A resposta deverá ser: «li "A Casa Negra"» ou «li o/a "A Casa Negra Negra"»? Também fico com dúvidas de como utilizar o artigo definido, porque o próprio título já o contém — "A" — e é feminino. Mas, e no caso de o título se encontrar no masculino, «O Homem Que Perseguia o Tempo», eu deveria responder: «ontem li o "O Homem Que Perseguia o Tempo"», ou devo omitir o artigo "O", uma vez que o próprio título já o contém? Grato pela vossa atenção.
Elementos de uma enumeração: uso de maiúsculas e pontuação
A dúvida prende-se essencialmente com o uso do ponto e vírgula (;). Gostaria que me esclarecessem, com base nos exemplos abaixo constantes, o cenário mais correto. «Objetivos Gerais: – Divulgar e promover a bebida Bubble Tea na nossa Região. – Dar a conhecer a história e o processo de produção do Bubble Tea. – Criar Bubble Teas com produtos regionais.» «Objetivos Gerais: – Divulgar e promover a bebida Bubble Tea na nossa Região; – Dar a conhecer a história e o processo de produção do Bubble Tea; – Criar Bubble Teas com produtos regionais.» [Há quem afirme] que, após a utilização de :, deve começar-se uma enumeração com letra maiúscula e no final a aplicação de um ponto. A minha versão é que, após a utilização de :, deve começar-se uma enumeração com letra maíuscula e no final a aplicação de um ponto e vírgula. [Assim:] – devo [pensar] que, quando se inicia uma enumeração com letra maiúscula, devo terminar a frase com um ponto? – devo concluir que, quando se inicia uma enumeração com letra minúscula, devo terminar a frase com um ponto e vírgula? É assim tão linear esta questão? Todas as gramáticas que consultei, bem como a Constituição da República Portuguesa, art. 70.º, mencionam que cada alínea abre um parágrafo e começa com letra maiúscula e termina com um ponto e vírgula. Obrigada.
Topónimos romanos em português
A respeito da toponímia latina, e do próprio latim em si, é de amplo conhecimento, mesmo entre os menos esclarecidos na língua, que o português há séculos adota regras bem fixas para tradução e/ou transcrição de elementos provenientes desta língua quase extinta. Contudo, mesmo seguindo as ditas, há certas incongruências aparentes. Por exemplo, é sabido que o -um latino, excetuando casos pontuais como forum (que existe no português como foro/fórum), é transcrito como -o. Assim sendo, diríamos “Moguntiaco”, Londínio, Mediolano, Emínio, etc. Entretanto, quando esse -um é usado na toponímia para descrever, à latina, tribos e povos nativos, como devemos proceder? Nestes exemplos (Augusta Treverorum; Civitas Igaeditanorum; Forum Gallorum) devemos dar preferência à regra (“Augusta Treveroro”; “Cidade Igeditanoro”; “Fórum/Foro Galoro”), ou à tradução («Augusta dos Tréveros»; «Cidade dos Igeditanos»; «Fórum dos Galos»)? Destes últimos, sei que Forum Gallorum em espanhol se diz Foro de los Galos e, por associação, poderíamos admitir uma clara tradução para o português.
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