No que toca a horreum, diz Forcellini, no volume 2 (p. 678) do Lexicon totius latinitatis, que Horreum est locus, in quo segetes post messem reponuntur («O horreum é o local onde se guardam os cereais após a ceifa»). No entanto, Forcellini tem o cuidado de, mais adiante, e citando os clássicos, precisar que o horreum tinha outro tipo de utilizações. Refere, por exemplo, os que se destinavam ad vina condenda («à maturação do vinho») e os que serviam ad oleas servandas («para guardar a azeitona»). Neste último caso, serviam-se deles quando a colheita da azeitona era tão abundante (immodica multitudo olearum), que superava a capacidade dos lagares (torculariorum vincit laborem). Eram suspensos (horrea pensilia), à semelhança dos nossos espigueiros, para reduzir a humidade (quo sicciora sint). Por todos estes motivos, creio que não é curial traduzir‑se horreum indiscriminadamente por «celeiro». O único aportuguesamento plausível será “hórreo”. Como alternativa, poderá recorrer-se ao termo latino em itálico: horreum, com o plural horrea. Creio que é preferível esta segunda solução.