O vocábulo στοά (stoá) é encontradiço entre os autores gregos (por exemplo, em Platão e Plutarco), e ainda hoje se utiliza em grego moderno com o significado de «pórtico». Não vem abonado nos habituais dicionários de latinidade clássica, mas figura no colossal Lexicon totius latinitatis, da autoria do filólogo italiano Egidio Forcellini (1688-1768), em cujo volume 4a, no respetivo verbete (p. 497), se pode ler que stoa Græce, Latine porticus dicitur («stoa é como se chama em grego ao que chamamos porticus em latim»). Mais informa este dicionário que é deste vocábulo que provém o nome dos filósofos estoicos: Mos erat apud philosophos, ut in una porticu congregarentur et ibi disputarent et inde ab stoa porticu Stoici dicti sunt («Os filósofos tinham por hábito reunir-se num pórtico, onde se embrenhavam nas suas discussões, e é de stoa, que quer dizer “pórtico”, que lhes vem o nome de estoicos».
Se στοά quer dizer simplesmente «pórtico», não vejo grande necessidade de aportuguesar este vocábulo, quando já temos um termo equivalente na nossa língua. Seja como for, se houver premência de aportuguesar, creio que a única opção plausível será “estoa”, como, aliás, já fazem os espanhóis nesta página e nestoutra da Wikipédia, embora o vocábulo ainda não esteja registado no dicionário da Real Academia Espanhola. Outra opção, igualmente válida, será utilizar o vocábulo transcrito em carateres latinos, em itálico (stoa), como nesta página da Wikipédia em português. A desvantagem desta solução reside na dificuldade de formação do plural, caso se desconheçam as declinações gregas (neste caso, stoai)...