No décimo sétimo capítulo de A Queda de um Anjo, de Camilo Castelo Branco, consta a seguinte epígrafe: «In Liborium». Após alguma pesquisa, não consegui destrinçar o significado do vocábulo latino «Liborium», pelo que vos peço esclarecimento e uma tradução, se possível. Muito obrigado!
No Brasil, existe uma paroxítona muito usada, referente a uma tribo indígena: ianomâmi.
Entretanto, parece-me uma palavra estranha, já que o mais natural, a meu ver, seria escrevê-la com a letra é no final e sem o acento circunflexo: “ianomame”.
A pronúncia permaneceria a mesma, e a palavra estaria adequada à forma da maioria dos vocábulos da língua.
Na conhecida oração ave-maria, uma saudação à Virgem Maria, não deveria o vocativo Maria estar separado por vírgula («Ave, Maria, cheia de graça! O Senhor é convosco…», em vez de «Ave Maria, cheia de graça…», como aparece em todos os textos?
O mesmo se poderia perguntar em relação àquela outra oração católica salve-rainha: «Salve, Rainha, Mãe de misericórdia…», e não, como vemos sempre, «Salve Rainha, Mãe de misericórdia…».
Sabendo nós que os imperativos latinos ave e salve se tornaram interjeições de saudação em português («Viva, Maria!», «Olá, Maria!»), poderemos considerar que a falta de vírgula nos textos das orações ave-maria e salve-rainha se enquadra no chamado «consagrado pelo uso»?
Como neste interessante artigo [de Gonçalo Neves], do Ciberdúvidas se refere, «é frequentemente citada (e até se encontra numa aventura de Astérix...) a frase com que os gladiadores, já na arena, saudavam o imperador antes de entrarem em combate: "Ave, Cæsar, morituri te salutant." É curioso notar que o tradutor Paulo Rónai se serviu de salve para traduzir este ave: "Salve, imperador, os que vão morrer saúdam-te..."»
É interessante notar que o dicionário em linha Infopédia regista o seguinte, devidamente virgulado: «do latim eclesiástico Ave, Maria, «ave, Maria!»”
Muito obrigado.
Parece-me que a grafia da palavra em epígrafe, desde há muitos anos, nunca foi consensual:
– o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa de 1940 regista assimptota (sem acento agudo);
– o de 1945, da mesma forma;
– o [Vocabulário Ortográfico Atualizado da Língua Portuguesa] de 2012 regista assintota (também sem acento agudo).
– O Grande Dicionário da Língua Portuguesa, coordenado por José Pedro Machado, regista assíntota.
– O dicionário da Porto Editora, de 2010, acordizado, regista assímptota (AO)/assimptota (AO) e assíntota (dAO)/assintota (dAO).
– Também, o dicionário da Texto Editora (1995), já acordista, regista assíntota.
– O Vocabulário da Língua Portuguesa (Porto Editora 2010), acordizado, regista assimptota (sem acento agudo).
Nas referências bibliográficas, fico-me por um etc.
Assim, a minha dúvida é: como deverei escrever a palavra em causa, antes e depois do Acordo 1990?
Justifico a dualidade pelo facto de não aceitar o AO90, mas tenho] netas, às quais presto auxílio, que estão, curricularmente vinculadas ao actual Acordo Ortográfico (assímptota/assíntota/assintota é vocábulo muito usado em Matemática, no estudo de funções e seus gráficos.)
De qualquer modo, tenho dificuldade (dificuldade de constrangimento) em pronunciar como palavra grave; soa-me ridículo!
Agradecendo a Vossa sempre douta e gentil resposta, apresento melhores cumprimentos.
É correcto dizer-se que uma pessoa "é insuficiente renal"?
[N.E. – Manteve-se a forma correcto, anterior à grafia correto, prevista pela norma ortográfica atualmente em vigor.]
Escreve-se «casa editora» ou «casa-editora»?
"Trans-histórico", ou "transistórico"?
Li o comentário sobre a forma como deve ser pronunciado o apelido Félix, onde se refere ser mais correcto ¹ pronunciar-se ''Félicse", e não Félixe", como é prática do próprio.
É "errado" dizer-se da forma como ele (o futebolista João Félix – e respectiva família) o faz, é mais correcto pronunciar como "Félixe", ou são ambas aceites devendo, como tal, escolher-se na pronúncia por jornalista a praticada pelo próprio?
¹ Não uso o Acordo Ortográfico em escrita pessoal. Apenas quando sou obrigado a isso.
Obrigado.
Gostava de saber se as hashtags em português devem ser acentuadas ou não:
ou
#RepublicaDominicana?
Obrigada!
Vi uma entrevista de Nélida Piñón, notei alguns trechos e resolvi cá transcrevê-los: Nós nos empenhamos para construir uma cultura, uma sociedade que quando estejamos* liberados, sejamos* soberanos de nós próprios, tenhamos uma literatura; e tenhamos uma Academia como a nossa, de Machado de Assis. 1) É possível e correto usar o presente do subjuntivo com valor de futuro? (Estejamos → estivermos; sejamos → formos) 2) Depois das conjunções "se" e "quando" é obrigatório o uso do futuro do subjuntivo, ou são possíveis outras construções? "Se alguém vir esta carta..." Ou Se alguém ver esta carta..."? "Se o sol se pôr" ou "se o sol se puser"? 3) A pontuação está corretamente empregada? Tenho um pouco de dificuldade em transcrever certas falas.
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