DÚVIDAS

Frase imperativa e oração interrogativa indirecta
Uma frase pode ser de tipo declarativo, imperativo, exclamativo ou interrogativo. No entanto, as interrogativas podem ser directas ou indirectas. No caso da frase «Diz-me qual o teu nome», deverá considerar-se esta uma frase de tipo interrogativo, ou imperativo? É certo que se subentende uma questão, mas a ordem não deixa de estar lá patente. Qual das intenções se sobrepõe?
A utilização dos verbos trazer e levar
A minha questão prende-se com a utilização dos verbos trazer e levar. Assim, gostaria que me indicassem quais as frases correctas nos exemplos que a seguir apresento: 1 — Como reagiria se descobrisse o segredo que ela trazia na barriga?2 — Como reagiria se descobrisse o segredo que ela levava na barriga?3 — No quarto ao lado, ouviu-se o choro do bebé. Justin foi até lá e depois trouxe-o para a sala.4 — No quarto ao lado, ouviu-se o choro do bebé. Justin foi até lá e depois levou-o para a sala.5 — Ele pegou na mala que ela trazia na mão.6 — Ele pegou na mala que ela levava na mão. Grata pela atenção.  
«Até aí, morreu o Neves»
Gostaria de perguntar-lhes sobre a origem de duas expressões usadas no Brasil (e talvez também em Portugal): 1. «Até aí morreu Neves...» — significando «Isso já é sabido e não acrescenta nada de importante». 2. «Foi a alma do Cunha» — empregada quando se ouve em casa algum ruído de origem desconhecida e não passível de fácil determinação. O máximo que já consegui, depois de muita pesquisa, foi saber que, segundo João Ribeiro, citado por Antenor Nascentes, em seu Tesouro da Fraseologia Brasileira (terceira edição revista por Olavo Aníbal Nascentes. [Rio de Janeiro]: Editora Nova Fronteira, [1986], s. v. Neves), a frase «Até aí morreu Neves» poderia ter origem em algum entremez, vaudeville ou comédia. E nada mais diz sobre a data, local e origem da pretensa peça... Continuo, portanto, curioso sobre quem teriam sido os tais Neves e Cunha (personagens reais ou imaginárias?, portugueses ou brasileiros?...). Agradeceria muito se algum dos senhores pudesse lançar maiores luzes sobre a distinta dupla.
O Fado Tropical e a "licença poética"
O nosso querido — e genial — Chico Buarque não teria cometido um erro de conjugação no trecho abaixo de Fado Tropical? (Não tenho certeza se a letra é mesmo de Chico Buarque, e não de Ruy Guerra, mas isso não importa na presente questão.) «(...)Mas não sê tão ingrataNão esquece quem te amouE em tua densa mataSe perdeu e se encontrou(...)» Os verbos ser e esquecer não deveriam ser conjugados como sejas e esqueças, por estarem no imperativo negativo? A "licença poética" se aplica a esses casos? Grato.
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa