Sandra Duarte Tavares - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
Sandra Duarte Tavares
Sandra Duarte Tavares
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É mestre em Linguística Portuguesa pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. É professora no Instituto Superior de Comunicação Empresarial. É formadora do Centro de Formação da RTP e  participante em três rubricas de língua oortuguesa: Agora, o Português (RTP 1), Jogo da Língua  e Na Ponta da Língua (Antena 1). Assegura ainda uma coluna  mensal  na edição digital da revista Visão. Autora ou coa-autora dos livros Falar bem, Escrever melhor e 500 Erros mais Comuns da Língua Portuguesa e coautora dos livros Gramática Descomplicada, Pares Difíceis da Língua Portuguesa, Pontapés na Gramática, Assim é que é Falar!SOS da Língua PortuguesaQuem Tem Medo da Língua Portuguesa? Mais Pares Difíceis da Língua Portuguesa e de um manual escolar de Português: Ás das Letras 5. Mais informação aqui.

 
Textos publicados pela autora
Escrever bem em 7 passos

O que fazer para escrever bem? A linguista e professora Sandra Duarte Tavares elenca sete etapas de elaboração textual, juntando recomendações práticas para desenvolver a competência e apurar a arte de comunicar por escrito.

[Texto publicado na revista Visão em 11/5/2017.]

6 dicas para comunicar em público de forma eficaz

«É a poderosa simbiose palavra/imagem que fará com que, sempre que pisar um palco, se torne um orador de excelência e inesquecível» – recomenda Sandra Duarte Tavares, num dos seis conselhos  para uma boa comunicação em público, em texto publicado em 14/4/2017 na revista portuguesa Visão.

A arte de bem comunicar

«As palavras são a matéria-prima da comunicação, por isso, escolher as palavras certas é o primeiro passo», escreve – e exemplifica – Sandra Duarte Tavares neste texto publicado na edição digital da revista Visão do dia 21 de fevereiro de 2017.

Pergunta:

Em relação a uma pergunta referente ao tema acima, datada de 9/5/2014, a professora Sandra Duarte Tavares respondeu o seguinte:

«1) A única estrutura correta é "Vai demorar um pouco para eu ser profissional". O sujeito da oração infinitiva "para eu ser profissional" deve ter o caso nominativo, pelo que só é legítimo o uso do pronome pessoal eu. 2) Uma frase equivalente à anterior seria: "Vai demorar para que eu seja profissional." 3) Não, o sujeito do predicado "vai demorar" é toda a oração completiva "para eu ser profissional": "Isso vai demorar." 4) O uso de para é correto.»

A minha pergunta é: por que o uso de para nessa estrutura frasal com o verbo demorar (e também com o verbo levar) é correta, se sujeito nunca deve vir regido por preposição? Qual é a particularidade que existe aí?

Obrigado.

Resposta:

A palavra para pode ser:

– Uma preposição: «Vou para casa.»
– Uma conjunção subordinativa final: «Estudei para ser professora.»
– Uma conjunção subordinativa integrante:« O aluno pediu para sair.»

Normalmente, a conjunção integrante para introduz uma oração completiva com a função de complemento direto. Mas pode, claro, introduzir uma oração sujeito. Repare-se que podemos substituir essa oração pelo demonstrativo isso – «isso vai demorar» –, ficando a conjunção integrante para incluída na pronominalização. Esta é uma boa evidência de que o para – «vai demorar um pouco para eu ser profissional» –, na frase dada, seja uma conjunção integrante, por contraste com um para final: «Estudei para isso.»

Conclusão: o para não é uma preposição. Uma grande característica do para preposição é anteceder um grupo nominal, e não uma oração.

O poder das palavras

«As palavras têm um poder tremendo. Repito com assertividade: as palavras têm um poder tremendo. Há palavras que edificam, outras que destroem; umas trazem bênção, outras, maldição. E é entre estas duas balizas que a comunicação vai moldando a nossa vida.» Texto que Sandra Duarte Tavares, professora do Instituto Superior de Educação e Ciências (Lisboa), e consultora do Ciberdúvidas, publicou na edição em linha da revista Visão, em 17/1/2017.