Pergunta:
Assunto: Resposta de Sandra Duarte Tavares, 28/10/2011.
Comentário: Embora o período seja simples, sendo, portanto, absoluta, a oração (assim fica tudo mais claro, porque, frase, ninguém sabe muito bem o que é), aquele logo pressupõe algo que desencadeou o acontecimento declarado e modifica toda a oração e não apenas o predicado. É, portanto, uma verdadeira conjunção. A dúvida da pergunta e o erro da resposta radicam numa inversão de valor: são a intencionalidade do comunicador e o contexto que determinam a pontuação, e não o contrário...
Resposta:
Admitindo a existência de ambiguidade na frase apresentada pela consulente, é possível atribuir à palavra logo as duas categorias gramaticais: conjunção ou advérbio.
1.ª leitura: logo (advérbio)
1) «A proclamação propagou-se logo por todo o reino.»
2.ª leitura: logo (conjunção)
2) «[Oração subordinante ausente], logo, se propagou por todo o reino a proclamação.»
Do meu ponto de vista, a leitura menos imediata é a 2.ª, uma vez que o clítico -se se encontra em posição de próclise, e a palavra logo, enquanto conjunção, não é desencadeadora de próclise:
3) «O microfone deixou de funcionar, logo, arranjou-se forma de o substituir.»