Pergunta:
Sobre o esclarecimento 24 344, na frase «Existem velhas parábolas chinesas sobre tudo, e as que não existem a gente inventa» sobre a qual é pedido um esclarecimento, consideram que as é um pronome demonstrativo porque pode ser substituído por aquelas. No entanto, também pode estar a substituir a palavra parábola, num mecanismo de coesão textual. Então, por que razão considerá-lo um pronome demonstrativo e não um pronome pessoal? Afinal, o, a, os, as são pronomes pessoais? São demonstrativos? Será que só é demonstrativo o pronome o quando antecede o relativo que («Sei o que pensas») ou antecede/segue um verbo («O João disse-o») e pode ser substituído por isso/aquilo?
Resposta:
A palavra as (neste contexto) não é um pronome pessoal, porque os pronomes pessoais acusativos -o, -a, -os, -as desempenham apenas a função sintática de complemento direto:
a) «Eu conheço as parábolas chinesas.»
b) «Eu conheço-as.»
Trata-se inequivocamente de um pronome demonstrativo, que substitui o nome parábolas e constitui o antecedente do relativo que, o qual desempenha a função de sujeito do verbo existir.
O, a, os, as são pronomes demonstrativos (formas átonas) quando surgem na frase antes de que ou de, ou ainda adjacentes ao verbo.
Celso Cunha e Lindley Cintra dizem o seguinte, na pág. 340 da sua Nova Gramática do Português Contemporâneo:
O demonstrativo o (a, as, os) é sempre um pronome substantivo e emprega-se nos seguintes casos:
a) quando vem det...