Pergunta:
Em Portugal usa-se a expressão «Conservação e Restauro», por exemplo no nome de uma disciplina, como se designasse uma só actividade (um nome composto) e não duas actividades (a Conservação, por um lado, e o Restauro, por outro). Por isso se diz, por exemplo, «A Conservação e Restauro tem como objectivo…».
Julgo que numa situação dessas deveria ser usado o hífen e, eventualmente, a designação "Conservação-restauro" – por analogia quer com o nome conservador-restaurador (que, unanimemente é dado a quem exerce essa actividade), quer com a designação Conservation-restoration usada por algumas instituições internacionais.
A minha questão é: gramaticalmente é correcto usar-se «Conservação e Restauro» dessa forma ou seria preferível usar-se “Conservação-restauro” ou outra alternativa?
A minha pergunta tem que ver com um comentário que fiz num texto que publiquei há dias e com alguns comentários que esse comentário suscitou.
O consulente segue a norma ortográfica de 1945.
Resposta:
No caso em apreço, não se distinguem critérios gramaticais prévios que permitam identificar uma formulação como melhor que a outra. Muito depende da tradição, e, pelo que conta o consulente e pelo que se constata, a área técnica e disciplinar em causa é conhecida como «conservação e restauro» (ou «Conservação e Restauro»). Não é que "conservação-restauro" seja forma incorreta, mas de conservador-restaurador não decorre forçosamente que a forma hifenizada deva ser empregada.
No entanto, curioso é também reparar que «conservação-restauro» e «conservação e restauro» ocorrem, por exemplo, na oferta curricular de uma universidade, presumivelmente como maneira de distinguir um tronco comum («conservação-restauro» para a licenciatura) e depois a especialização num dos ramos («conservação e restauro», para o mestrado).