Textos publicados pela autora
O fa(r)do do acordo ortográfico
Breve história. Em 1931 foi aprovado o primeiro Acordo Ortográfico entre Brasil e Portugal, que não foi posto em prática. Em 1945, o acordo tornou-se lei em Portugal, mas não no Brasil. Em 1975, a Academia das Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras fizeram um novo projecto do acordo, que não foi aprovado. Em 1986, foi elaborado um memorando. Por esta altura, criou-se em Portugal o chamado Movimento Contra o Acordo Ortográfico. Em 1990 as duas academias elaboraram o «novo» acordo......
Choque terminológico
Os downloads, os MP3, os chats, as drives e os backups
«Uma língua de especialidade corresponde ao uso de termos específicos de um dado domínio técnico-científico. Tipicamente, estes usos têm lugar em situações particulares de interacção, ao mesmo tempo que instituem uma comunicação à escala global, fortemente permeáveis a estrangeirismos.» Artigo da professora Ana Martins, publicado no semanário Sol de 25 de Agosto de 2007, na coluna Ver como Se Diz...
Foi você que disse «despoletar»?
O nosso leitor Álvaro Alapraia escreve-nos e deixa-nos a constatação de que a palavra despoletar se está a generalizar erradamente como sinónimo de desencadear, quando o que a palavra realmente significa é o contrário, ou seja, desactivar, neutralizar. Isto porque espoleta é um dispositivo destinado a fazer explodir carga; espoletar é pôr a espoleta; logo, despoletar é tirar a espoleta, impedindo a explosão....
Palavrinhas
O que é falar nas entrelinhas? Como é que podemos sugerir algo sem efectivamente dizê-lo? Como é que se faz para dizer alguma coisa implicitamente?
Sugerir é falar sem dizer tudo, é deixar uma lacuna no discurso, que o leitor terá de preencher se quiser interpretar cabalmente o que lhe está a ser dito. Não raro, recorre-se a umas pequenas palavras que ditam a direcção que deve ser tomada nesse trabalho de interpretação....
Aberturas e fechamentos
A confusão está por todo o lado, na rádio, na televisão, nas ruas.
Consideremos um verbo da primeira conjugação, por exemplo, o verbo falar. Falamos é a primeira pessoa do plural do presente do indicativo. Falámos é a primeira pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo. Conforme se pode ver, até há, na escrita, o acento agudo a marcar a diferença. E, no entan......
