Artigo do jornalista João Miguel Tavares publicado no "Diário de Notícias" de 1 de Julho de 2008, sobre a colectânea Novos TalentosFnac, editada em Portugal. 13 das 17 músicas trazem o título em inglês.
Artigo do jornalista João Miguel Tavares publicado no "Diário de Notícias" de 1 de Julho de 2008, sobre a colectânea Novos TalentosFnac, editada em Portugal. 13 das 17 músicas trazem o título em inglês.
Corria o ano de 2004 quando o polemista Vasco Graça Moura se lembrou de dizer que «os linguistas têm ódio à literatura» (Pública, 1/02/04), julgando assim assinar o divórcio de uma separação de facto entre estudiosos da língua e especialistas em literatura.
O provedor do leitor do jornal Público, Joaquim Vieira, volta a abordar um dos erros recorrentes na imprensa portuguesa: «A praga da discordância verbal em frases contendo como sujeito o pronome relativo “que”.» Na sua crónica do dia 15 de Junho de 2008, até se documentam erros de sintaxe numa crítica literária desta natureza:«Um corredor onde haviam muitas portas», «duas linhas de baldes afim de completar» e «tratam-se de títulos de revistas».
Um redactor do Record foi o mais recente fautor dessa moenga que assola o jornalismo português e que consiste na troca, por deficiência vocabular, de soalheiro por solarengo. É óbvio que o que ele pretendia dizer é que a tarde estava quente e o céu limpo, e não que a tarde tinha a configuração arquitectónica de um solar.
O Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) publicou, em www.tu-alinhas.pt, um "dicionário de calão", de que toda a gente ouviu falar no momento em que passou a estar offline. Aquilo que motivou a retirada de cena desta lista de termos foi, pelo menos, a definição de betinho e careta: «aquele que não consome droga, conservador, desprezível e desinteressante», tendo sido pedida a audição de João Goulão (presidente do IDT) na comissão parlamentar de Saúde.
A diferença — ignorada recentemente na maior parte dos órgãos de informação portugueses — entre greve e locaute 1, camionistas e motoristas*. E, ainda, o recorrente erro na confusão entre o bilião e o mil milhões. Um artigo do jornalista João Alferes Gonçalves, publicado no Diário do Alentejo do dia 13 de Junho de 2008, na coluna Meios & Fins, sob o título "Greves e banqueiros".
* Caminhoneiro [de caminhão] de uso corrente no Brasil. Cf. Associação Brasileira dos Caminhoneiros
Já começou a guerra
ALEMÃES ESCANDALIZADOS COM IMAGENS PROVOCANTES DE JORNAIS POLACOS
A comitiva alemã presente na Suíça acordou ontem com uma surpresa desagradável. Dois jornais polacos, o Super Express e o Fakt, publicaram imagens provocantes que revelam, no mínimo, uma enorme falta de gosto. (...)
É bem possível que o mandarim venha a ser a língua franca. Neste momento, esse estatuto é ainda do inglês, por via do domínio económico, científico e cultural dos EUA, ao longo do século XX. Há muito que se reconhece que um bom domínio do inglês é uma competência básica do desempenho profissional e que essa competência não concorre em nada com o bem falar e o bem escrever (n)a língua materna.
Na sua permanente luta contra a praga da discordância verbal em frases contendo como sujeito o pronome relativo que (recordemos ter Camões escrito em Os Lusíadas «Era este Catual um dos que estavam corruptos pela Maumetana gente» e não «Era este Catual um dos que estava corrupto pela Maumetana gente»), o provedor [do leitor do Público] regista mais alguns casos recentes retirados da leitura ocasional do Público (...)
Está para breve o arranque do Europeu, e os relatos e os comentários sobre futebol vão ter máximo lugar de honra nas rádios e nas televisões. Veremos e ouviremos os jogadores a «recepcionar bem bola» ou a «temporizar bem», em excelente exercício de «triangulação» e trabalho de «entrosamento», em espectaculares «produções ofensivas»...
Este é um espaço de esclarecimento, informação, debate e promoção da língua portuguesa, numa perspetiva de afirmação dos valores culturais dos oito países de língua oficial portuguesa, fundado em 1997. Na diversidade de todos, o mesmo mar por onde navegamos e nos reconhecemos.
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