Pelourinho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Registos críticos de maus usos da língua no espaço público.

Depois de uma anterior crónica sobre este mesmo tema, Wiilton Fonseca retoma o mau uso no audiovisual português de um adjetivo que, pelo seu próprio significado, não admite... nem "mais", nem "menos". Crónica publicada no jornal "i" de 26 de junho de 2014.

 

 

Se contados, os pontapés na gramática dos enviados especiais [portugueses] ao Brasil para cobrir a Copa superariam em número os que os jogadores portugueses desferiram em campo.

Alguém imagina o Presidente da Alemanha, em Bona, <br> discursando em português?

«O  chefe de Estado  alemão, Joachim Gauck, terminou esta quarta-feira [26/06/2014] a sua visita oficial a Portugal com uma deslocação à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML). Foi o primeiro Presidente de outro país a visitar esta instituição. "Uma enorme honra", para uma "instituição antiga que quer ser sempre jovem", salientou o provedor, Pedro Santana Lopes, no seu discurso de boas-vindas, uma parte do qual feito, por cortesia, em alemão.»

 

Um estranho

 

«Foi assim no país e no mundo que acolhe mais de 128 mil portugueses. Do resígnio à revolta.»

Bom dia Portugal, RTP1, 18 de junho de 2014, 9h37

«O almoço é uma refeição calorosa que pode incluir tortilha, sopas (feijão preto, abóbora, frango), arroz e carne. O jantar é normalmente uma versão mais ligeira do almoço.»

«Esqueça tacos e burritos», Metro, 9 de junho de 2014, p. 12

Olá (nada) fresquinho

«"Ganhas-te" um brinde Olá» e «Já "experimentas-te" os chocolates Olá?» são duas frases que se podem ler num cartaz da Olá* produzido especialmente por aquela marca para o Dia Mundial da Criança de 2014. Ou seja, ganhas-te aparece por ganhaste (pretérito perfeito do indicativo de «ganhar») e experimentas-te por experimentaste (pretérito perfeito do indicativo de «experimentar»).

«Não, Professor, foi horrível, tinha sido pai dias antes e, enquanto estive no país tropical, tive angustiado a pensar o dia todo no meu filho e na minha mulher».

Opinião, Alexandre Real, OJE, n.º 1645, 20 de maio de 2014, p. 12

Linguicida

Ainda à volta do neologismo austericida frequentemente utilizado pela eurodeputada portuguesa Ana Gomes, reeleita pelo Partido Socialista, quando se refere à política seguida em Portugal pelo Governo de Passos Coelho. Texto do autor, publicado no jornal "i" de 29 de maio de 2014.

 

 

Um mar de factos na <i>Estante</i>

Pelo menos, quatro vezes fato (p. 24 (2), 37, 56) – por facto; pelo menos outras tantas contato (p. 24, 29, 34 (2) – por contacto.

 

(...)

<i>Em Alvito</i>, e não <i>«no» Alvito</i>

 

O nome da vila alentejana onde os «nascimentos subiram 81%» não é precedida de artigo1. Bastava, a quem assina a reportagem no semanário "Expresso" de 17/05/2014, essa curiosidade... jornalística suplementar: como é o uso local? "No" Alvito ou "em" Alvito? E o município  da terra de...

(Des)memórias do cárcere...

«[…] no final do dia, Salomé Santos foi reenviada para a sua cárcere precária […]. Sexta-feira, Salomé Santos pode, então, sair da sua cárcere […]»

RTP, 14 de maio 2014, a propósito da detenção de uma portuguesa em Punta Cana (República Dominicana)