«Vamos entrar de fim-de-semana e, ao que diz a metereologia, o tempo não deverá estar de praia. Por isso, e porque tinha uma farta colheita, seleccionei para hoje um conjunto de textos mais longos, mais intemporais, mas também mais próprios de uma leitura ora relaxada, ora útil, ora mais reflexiva. (...)»
José Manuel Fernandes, no boletim informativo que redige e envia por correio eletrónico com as atualizações diárias do jornal digital Observador, de 12/06/2015
É verdade que o tropeção "metereológico” se ouve vezes de mais por quem menos se esperava até pelas suas obrigações profissionais, como aqui se notou. Mas, enfim, na oralidade e em direto, só mesmo os mais eloquentes e rigorosos no “falar em público” escapam a este tipo de imprecisões vocabulares. Diferente, muito diferente, é escrevê-lo em letra de forma – o que pressupõe, já, que o erro passou a fronteira da ignorância pura. Tanto mais "macroscópica" por vir de onde veio: alguém que até leva mais de 30 anos como jornalista especializado em temas do ambiente. E a "culpa", depois, ainda vai ser assacada ao «caos ortográfico» causado pelo AO 90.
P. S. – Descuido, desleixo no bom uso do idioma nacional, persistência no erro, não importa todos os esclarecimentos e recursos de tão fácil acesso quanto um simples clique – é, isso, sim, a razão de tantos erros, e de toda a espécie, nos media portugueses. Na RTP – com responsabilidades acrescidas por se tratar de uma televisão pública –, por exemplo, não há maneira de se pôr cobro à confusão na grafia de um símbolo e da abreviatura de um numeral [8.º]. Nem que é estratego (ou estrategista, como se usa no Brasil), e não "estratega". Isto, já para não se falar na preferência, por regra, do inglês ao que há em português, e há muito: o «resort de luxo», o publisher do jornal e quejandos «estrangeirismos sem freio». Nem em legendas de pura iliteracia, como esta, recentíssima: