Pelourinho - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Português na 1.ª pessoa Pelourinho
Registos críticos de maus usos da língua no espaço público.
Atenção à homofonia e não só

Quando éramos crianças, o meu pai ditava-nos uma frase que dizia assim: «Sem cansaço, dei cem passos até aos paços do concelho para pedir um conselho a um amigo sobre um conserto dum piano para dar um concerto em S. Carlos.» A dificuldade estava, como se imagina, em distinguir grafias de palavras que soam de forma semelhante: sem/cem; passos/paços; concelho/conselho; conserto/concerto. (...)

«As

«(...) o FC Porto soma até agora 13 derrotas, situando a época 2015 entre as mais piores da história do clube.»

[jornal “Público”, 12/04/2016]

 

O mau emprego do comparativo de superioridade do adjetivo mau1 ou do advérbio mal é dos deslizes mais recorrentes na imprensa portuguesa, anos e anos a fio...

(...)

Porquê <i>Panama Papers</i>... em Portugal?

É bem verdade que o chamado Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação – no original, em inglês, International Consortium of Investigative Journalists (ICIJ) – é de raiz norte-americana, com sede em Washington. Mas do mesmo modo que, e bem, é em português que ele é noticiado nos media portugueses, qual a razão de grande parte deles preferir o contrário, quando se escreve e se fala do escândalo fiscal por ele revelado? Porquê Panama Papers (...)?

Monumento público com dois erros estruturais graves

Nunca será de mais falar em regência preposicional. Tal como *ninguém necessita uma coisa, nem se *tem a certeza uma coisa, também *ninguém é alvo uma coisa (os asteriscos assinalam a agramaticalidade da construção). Neste cartaz pretende-se dizer que «o castelo foi alvo de transformações»; não foi *alvo transformações. (...)

Ninguém *«tem a certeza uma coisa» <br>nem *«necessita uma coisa»...

Define-se regência como «a relação necessária entre duas palavras ou entre duas orações, em que uma determina a forma da outra. Contrariamente à concordância, a regência implica uma relação de dependência entre elementos, uma relação de interdependência de um regido relativamente a um regente». (...)

Porquê

«(...) Foi preso em Itália um cidadão algeriano, suspeito de ter forjado os documentos (...)»

Cristina EstevesTelejornal, RTP 1, 27/03/2016

Um encontrão...  frontal

«(...) O presidente da República diz que já tem praticamente tomada a decisão sobre o Orçamento de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa adianta que vai de encontro ao que já conhecia do documento. (...)»

Cristina Esteves, Telejornal, RTP 1, 26/03/2016

um erro crasso... com chancela governamental" class="img-adjust">

«Se é alérgico ou intolerante a alguma das substâncias a seguir descriminadas e tem dúvidas se esta foi utilizada na preparação/confeção do que pretende consumir (...)»

 

A AHRESP (Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal), juntamente com o Governo de Portugal, distribuiu, junto de cafés e restaurantes, informações sobre alimentos que podem provocar alergias ou intolerâncias.

Com a colaboração do Governo de Portugal, estes cartazes, que se encontram publicamente afixados em casas de alimentação do país, apresentam um erro frequente em língua portuguesa. É a dissimilação. (...)

«

«Lembro-me que, quando era pequena, colecionava fotografias de vários aviões de combate, enquanto as outras meninas colecionavam bonecas! Acabei por desistir da escola muito cedo. estudei mais tarde, afim de obter a minha licença de piloto.»

"Mélanie Astles [...] 'O meu lugar é no meio das nuvens'", Metro, 4/03/2016

A presença feminina no Red Bull Air Race é novidade, demonstrando que os altos voos não são propriedade exclusiva dos homens. E a entrevistada, Mélanie Astles, surge descontraída a falar da sua paixão, pilotar aviões, remontando à sua infância para a explicar e afirmando que «O meu lugar é no meio das nuvens». O sonho de pilotar um jato foi posto de parte, apelidado mesmo de impossível, apesar de Mélanie ser uma mulher de armas, cingindo-se, por isso, aos aviões antigos e desportivos que lhe transmitem sensações de medo, prazer e desafio. (...)

<i>Contacto</i>, e não

«Dirija-se à caixa automática para pagamento ou contato com a EMEL».

Um destes dias, no parque de estacionamento junto à estação de Metro de Entrecampos, em Lisboa, dei com o aviso da EMEL, cujo texto se reproduz acima. (...)