Os romanos saudavam – Ave, Caesar, morituri te salutant («Ave, César, os que vão morrer te saúdam») –, mas o verbo pôr parece ter morrido de uma morte prematura e inesperada. Não chegou a despedir-se nem a saudar ninguém. Num curto espaço de tempo, os falantes do português decidiram que «quem põe são as galinhas», tendo eu já ouvido dois eminentes responsáveis pela cultura portuguesa defender que «a postura é das galinhas». Lamento profundamente que um verbo de tão grande força na tradição latina tenha, por ignorância, sido relegado para as galinhas. (...)